quinta-feira, 3 de setembro de 2020

  A impressionante pintura (parte dela publicada aqui) concluída em 1987, feita pelo pintor Werner Tübke e exposta no Panorama Museum, em Bad Frankenhausen, na Turíngia, Alemanha, retrata a batalha decisiva de Frankenhausen, de 15 de maio de 1525, que pôs fim a Guerra dos Camponeses. Também conhecida como a "Revolução do homem comum", foi uma série de revoltas, tanto econômicas quanto religiosas, dos camponeses contra a nobreza e o clero da época. Estas revoltas foram a primeira revolução em solo europeu, aconteceram no oeste, sul e centro da Alemanha, como também na Suíça e na Áustria, durante os anos de 1524 e 1525. Tiveram como líder o padre Thomas Münzer, primeiramente um fiel adepto a Martinho Lutero, que posteriormente rompeu com o reformador, criticando toda a estrutura da sociedade da época. Estima-se que 125 mil pessoas perderam suas vidas nestes conflitos, entre eles: nobres, religiosos e a maioria das vítimas: os próprios camponeses. No meu recente livro: Famílias Teuto-Brasileiras: história e genealogia, na parte em que registrei sobre a formação do povo alemão, escrevi um capítulo sobre a história da Guerra dos Camponeses.

 O movimento da Reforma Protestante e o Movimento Bundschuh (Pela liberdade dos agricultores e contra os aumentos de taxas e impostos), foram os precursores da Guerra dos Camponeses Alemães -1524-25. Antes do desfecho final em maio de 1525, os vários grupos que se envolveram em conflitos armados, especialmente contra a nobreza, se reuniram em Memmingen (Em março de 1525), para escrever os Doze Artigos do Campesinato na Suábia (Foto). Os agricultores reunidos criaram este documento que juntamente com a Carta Magna de 1215 (Inglaterra), está entre as primeiras exigências escritas pelas liberdades humanas e civis, no mundo Ocidental. Após os Doze Artigos (Que não foram aceitos pela Liga da Suábia), eles criaram a Associação Cristã de Camponeses. Nos dois meses seguintes, foram impressas 25 mil cópias dos Artigos, se espalhando por diversas regiões do Sacro Império Romano Germânico. Foto: Museu de Memmingen, Alemanha. Texto: Felipe Kuhn Braun.

 Thomas Müntzer (foto), foi um dos grandes nomes da Reforma Protestante, considerado o maior líder da Guerra dos Camponeses Alemães, foi morto em 1525, dias após perder ao lado dos agricultores, a Batalha de Frankenhausen. Padre revolucionário, com grande talento de retórica, criou agitações que se tornaram grandes revoltas. Convidado pelos nobres locais a se retirar da região onde vivia, se refugiou na Boêmia e teve envolvimento com o Movimento Anabatista, posteriormente retornou para sua terra, liderando a Guerra dos Camponeses, se opondo ao reformador Lutero, aos príncipes e demais nobres. Ao lado dos agricultores participou de batalhas e lutou por uma sociedade mais justa, num tempo marcado pelos extremos direitos da nobreza. Texto: Felipe Kuhn Braun. Livro Famílias Teu