domingo, 9 de novembro de 2008

Eu e a política...

Em uma aula de publicidade e progaganda (cadeira obrigatória, mas meus passos seguirão no jornalismo) devido há alguns trabalhos atrasados, não só por causa da campanha mas também porque não sou chegado em publicidade (com todo respeito aos colegas dessa área, muitos meus amigos, mas não é uma área que gosto). A professora logo falou: é a "Mardita da política" que ocupou teu tempo, brincadeirinhas a parte mas creio que ela gosta tanto de política quanto eu de publicidade.

Com quinze anos eu já falava sobre política e já demonstrava interesse por essa área. Em uma festa de família em 2002 em Ijuí, eu e meu pai conversamos com o prefeito da cidade, pessoa influente na política, ex-deputado e diversas vezes prefeito desse município, Valdir Heck, vendo o quanto eu falava com gosto de política, logo me convidou para que assim que fizesse 16 anos e fizesse o título, me filiasse ao PDT, eu agradeci e não descartei a idéia mas deveria pensar mais nos outros partidos também, fora que já naquela época era um grande crítico as administracões do PDT em meu "torrão natal" (sempre quiz usar essa expressão, até um tanto poética), Novo Hamburgo, quanto na cidade onde moro, Farroupilha.

No ano em que completei 16 anos, 2003, comecei a pensar qual sería o escolhido, PDT definitivamente estava descartado, PMDB embora era o partido de meus avós, era um partido o qual eu não me alinhava e ainda não me alinho muito devido a ser comandado pelos caciques lá do nordeste, Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros e outros. Aqui em Farroupilha eu era crítico a muitas coisas na administracão do PMDB na época embora era a que mais me simpatizava tanto que votei nela para continuar em Farroupilha. Não avaliando uma fila enorme de partidos...afinal são 29 ao todo em nosso país, me decidi pelo PSDB, me identifiquei com os ideais, a social-democracia, com os líderes partidários que me orgulho de comandarem esse partido, FHC, Serra, Alckmin, os saudosos Mário Covas e Júlio Redecker e com o quando o partido fez para a melhoria desse país.

Em 2004 me filiei pela internet, fui o segundo filiado por "meios eletrônicos" aqui em Farroupilha, eles logo passaram as informacões ao partido no município, que recém estava surgindo e uma semana depois recebi um telefonema do Jonas Tomazini, meu grande amigo hoje, me convidando para maiores participacões, com ele e com a executiva municipal comecei a participar daquele ano de reuniões, palestras e logo na campanha a prefeitos e vereadores. Foi um campanha interessante mas em 2006 foi mais empolgante, campanha a deputados estaduais e federais, governadores e presidente, senador, em 2006 acompanhamos a governadora em eventos quando ela era deputada federal e nem estava entre os candidatos que realmente o pessoal achava que iriam estar a frente. Nas pesquisas estava sempre em última, só um instituto apontava ela como primeira colocada jáo no primeiro turno. Nesse ano que tivemos mais proximidade com ela a ponto dela almocar um dia conosco em Farroupilha.

E o que dizer desse ano então? para falar a verdade as vezes me sinto meio perdido, estudo em Novo Hamburgo, passo finais de semana em Farroupila, sou representante dos alunos na Feevale também em Novo Hamburgo, lá nasci e me criei, mas morei treze anos em Farroupilha e aqui tenho mais amigos, lá mais conhecidos, porém nem todos que estudam na Feevale moram em Novo Hamburgo, na verdade a maioria é de fora, bem, sei que já tinha idéia que poderia ser candidato. Assim transferi ainda ano passado meu título para Novo Hamburgo e comecei a participar por lá. Esse ano então surgiu o convite e logo aceitei. Meu pai nunca gostou de política mas me deu muito apoio nessa época, apoio financeiro e psicológico. Tive alguns erros na campanha como por exemplo não ter investido em propaganda, mas enfim, visitei 515 famílias, mande mais de 3.600 cartas com os históricos das famílias e fiz 374 votos, sendo bem sincero, no comeco esperava mais, porém para um jovem de 21 anos que esteve tanto tempo fora de Novo Hamburgo, foi uma boa votacão.

Agora o objetivo é comecar a trabalhar em cima da campanha de 2012, onde? continuar em Novo Hamburgo? comecar em Farroupilha? ainda restam dúvidas quanto a isso, porém tudo indica que em 2012 eu novamente serei candidato, pelo espaco que conquistei nesses 5 anos de partido, tenho oportunidades em ambos os municípios e o aval do partido, o jeito é trabalhar nesses quatro anos, estudar e esperar chegar a época mas com a certeza que uma eleicão se comeca no momento que a outra acaba.

Continuar a escrever...

Tanto tempo que não atualizava esse blog, tenho muito a escrever e sobre tudo! afinal esse é o meu blog...embora quase ninguém o lê porque eu também não o indico, hehe, mas gosto de escrever não um pouco sobre tudo, sobre temas mais interessantes que estão a maior parte do tempo em meus pensamentos, política, história, genealogia, línguas, filatelia, mensagens, psicologia, jornalismo, enfim...escrever e escrever...vamos ver se manterei um ritmo, comecarei escrevendo e com alguma faltas em acentos e cecedilhas devido a esse teclado norte-americano um tanto diferente...ao menos melhor que o teclado alemão, eles nem sequer usam tremas...postarei o meu perfil de orkut já que ali há mais uma apresentacão sobre minha pessoa, escrito é claro...por mim!

Sou brasileiro sim, com muito orgulho!

Uma coisa que nós brasileiros somos campeões é em criticarmos quase tudo em nosso país. Temos sim muita coisa pra criticar, o tráfico de drogas, a falta de informação do povo, a corrupção na política..., mas pensamos um pouco na situação de nossos vizinhos, Paraguai, Bolívia, Equador, com problemas ainda mais complexos que os nossos e também no primeiro onde há muitos problemas, muitos dos quais nem ficamos sabendo.

Citarei alguns deles, em 2006 estive em Portugal, país muito bonito e tudo mais mas porque metade da população de portugueses natos mora fora de Portugal? Lá criticam muito os estrangeiros, mas quase fui assaltado por três lisboetas, portugueses natos. E me desculpem os portugueses, mas nossa indústria dá de dez a zero na deles.

Os alemães por exemplo são extremamente lógicos, tem uma mente aberta em diversos aspectos mas se você não os entende, muitos não farão questão de lhe entender. Não são abertos e comunicativos, muito menos carinhosos como nós brasileiros. Os italianos são mais carinhosos mais ao menos os romanos, são grossos, lá quem tem razão é o dono da loja, nunca o cliente, fora que não respeitam muitas regras e discutem por pouco e o sul da Itália ainda é dominado em diversos pontos pela máfia.

Convenhamos, todos tem seus problemas, alguns mais, outros menos, mas criticar tanto o Brasil por quê? Por acaso já vimos italianos, alemães ou ingleses divulgando noticias ruins dos países deles? Porque eles se encantam tanto quando vêm pra cá e nos elogiam tanto? Quando estive na Alemanha ouvi uma mulher que esteve em nosso país criticando que no Brasil as pessoas falam alto, buzinam no transito, tem muitos cachorros, e daí se somos assim?

Quero ver um país onde existem tantas etnias, onde há tanta diversidade e onde podemos aprender tanto. Com uma culinária riquíssima e diversificada, com tantos sotaques e tanta gente bonita. Um país onde até os problemas viram humor, o brasileiro é divertido e faz piada de si e dos outros. Um país de gente tão comunicativa, que recebe os turistas falando inglês, espanhol e tantas outras línguas, pergunte a maioria dos norte-americanos se falam outro idioma além do inglês.

Na ditadura havia um ditado, “Brasil, ame-o ou deixe-o” alguns fazem a segunda opção, mais difícil na maioria das vezes, questão de escolhas, oportunidades, mas eu reafirmo que amo ser brasileiro, que amo meu povo e que não deixaria essa terra.

sábado, 8 de março de 2008

Os debates na internet sobre os 200 anos da imprensa no Brasil

Com grande movimentação está sendo noticiado em todo o país por diversos sites, jornais, revistas, sobre as comemorações nesse ano de 2008, ano em que se comemora o bicentenário da chegada da imprensa ao Brasil, da criação da Imprensa Nacional e da Gazeta do Rio de Janeiro (primeiro jornal impresso no País) e do lançamento, em Londres, do Correio Braziliense, por Hipólito José da Costa. A rede Alfredo de Carvalho que é a maior organizadora dos debates sobre nossa imprensa já conta com o apoio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares em Comunicação (Intercom), Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e do Núcleo de Estudos da História dos Impressos da Bahia (Nehib). Haverá um ciclo de palestras, a publicação de obras, pesquisas e a produção de documentários sobre a história da imprensa brasileira.

Os sites também já contam a história da imprensa desde seu surgimento na Europa com o desenvolvimento histórico e econômico do mercantilismo, em uma época em que algumas pessoas tinham acesso a educação e a leitura era privilégio para poucos. Também informa sobre os primeiros "jornais" que interessavam somente aos comerciantes, pois traziam informações sobre preços de mercadorias, abastecimento, pólos de produção etc. O surgimento da imprensa como uma necessidade de suporte ao capitalismo.

Os sites tratam principalmente sobre a questão brasileira. Fomos o último país a desenvolver a imprensa na América latina e tínhamos as maiores taxas de analfabetismo, não havia vontade em dar a população oportunidades básicas como o acesso a educação. Também tratam de curiosidades como nos relata o site do Ministério da Cultura, segundo Marcelo Lucena, Antes disso da instalação da imprensa régia há 200 anos, houve, no mínimo, outras duas tentativas de exercício da atividade tipográfica - uma em 1747, no Rio de Janeiro, por Antonio Isidoro da Fonseca, e outra em 1807, em Minas Gerais; há suspeitas de que tenha existido uma imprensa em Pernambuco, também em 1807, trazida pelos holandeses, algo não comprovado por meio de impressos.

Os fóruns de discussões servem também para refletirmos e expressarmos qual lugar de atuação da mídia no mundo moderno, a influência dos meios de comunicação em todos os setores de nossa sociedade. E nos perguntarmos qual o tipo de Imprensa que queremos. Uma imprensa manipuladora visando interesses das empresas e dos seus patrocinadores ou uma imprensa pela defesa dos valores que interessam a sociedade. Sem ficar naquela utopia de que podemos com facilidade mudar nosso sistema de comunicação e também sem aquelas sem fundamentos de profissionais de diversas áreas a toda a classe de profissionais do jornalismo e a todas as empresas de comunicação.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Exploração e benefício próprio desde a época da colônia

Segundo notícia publicada no Zero Hora do dia 25 de fevereiro, sete governadores estão na mira dos tribunais. Denunciados por crimes eleitorais, além dos chefes do poder executivo dos Estados, estão na lista deputados federais e senadores, correm o risco de perder o mandato sobre suspeita de compra de votos, uso de caixa 2 em campanha e propaganda eleitoral. Apenas ao ler o título já imaginei "devem ser na maioria, os representantes lá do Nordeste", e eram, com excessão e Luiz Henrique da Silveira de Santa Catarina e Ivo Cassol de Rondônia, isso não é preconceito de minha parte, apenas uma constatação, para as terras que o governo federal destina a maior parte dos recursos desde o primeiro mandato do presidente Lula em 2003, a maior parte dos políticos estão envolvidos em casos de corrupção.

Os casos vistos hoje no nordeste e o sistema político atual que canaliza nossos recursos para aqueles lados, é fruto de um sistema mal implantado pelos portugueses. Os portugueses não tinham intenção nenhuma de colonizar nosso país, queríam sempre uma colônia por aqui, não aceitavam imprensa até 1808, publicação de livros jamais. Educação, a mais pífia de todas as colônias na América, em 1808 apenas 1% da população brasileira era alfabetizada. As terras por todo o Brasil eram loteadas e entregues aos "queridinhos do imperador" que muitas vezes aqui no sul quando as ganhavam, esperavam a chegada de alemães e posteriormente italianos para revendê-las e após esse comércio, ganhar mais terras do monarca. Fora a questão dos escravos, os trouxeram e em 1888 princesa Isabel bancando a salvadora da pátria os libertava mas sem lhes dar condição nenhuma de sobrevivência, disseram: "estão livres todos", mas não lhes deram oportunidades de moradia, educação, condições para o trabalho, isso tudo é o resultado de anos de exploração e falta de planejamento.

Mas voltando ao nordeste, famílias como a dos Magalhães na Bahia ou a dos Sarney no Maranhão, são donos de terras em seus respectivos Estados desde a época das capitanias hereditárias, um sistema montado desde a época dos portugueses, partidos como o PMDB (o maior da nação, o indispensável para governar bem e aquele que está com todos os governos sempre, o que dança conforme a música) tem a sua cúpula dominada por nordestinos, Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros... o Nordeste tem também um expressivo número de representantes na câmara e no senado federal e agora por projetos apoiados por nosso senador gaúcho Zambiasi (não sei o que esse senhor ganha em troca para isso), estão querendo aumentar o número de estados por lá, estão querendo a criação de mais seis deles, para que? mais poder em Brasília, mais controle dos recursos.

O próprio governo federal, para onde vai a maioria do nosso dinheiro? São Paulo e Rio Grande do Sul sempre são os que mais colaboram e os que menos ganham, hoje o presidente tem uma justificativa, são estados administrados por partidos opostos, e isso não vêm de agora. Mas porque mandar a maior parte dos nossos recursos para o Acre? porque na lista dos cem parlamentares que mais ganharam recursos não há um único gaúcho? porque Sarney ganhou sozinho cinco milhões para suas contas? o que falta também no Nordeste é o que seus políticos não querem, mais investimentos em educação, povo com mais instrução não vende o voto por uma cesta básica, até porque não precisa disso. Com mais instrução não se repete aquele pensamento pequeno, "esse rouba mas faz". Não podemos culpar aos nordestinos em geral que são trabalhadores e que vivem sobre péssimas condições de vida, agora seus políticos são os piores do Brasil, é só ver as listas dos envolvidos em escândalos, é bobagem pensar que nas outras regiões não existe mas que acontece menos, acontece.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A Imprensa Brasileira

Nesse ano de 2008 comemora-se os 200 anos da vinda da família real ao Brasil. O ano de 1808 foi um marco para a imprensa brasileira pois com a vinda de nossos monarcas para cá, vieram também residir em nosso país, os primeiros "jornalistas" portugueses. A imprensa chegou em 1808 mas muito atrazada, tendo em vista que já no século XVII começava o desenvolvimento dos jornais pela Europa a nas colônias espanholas e inglesas na América.

Os primeiros jornais eram de propriedade de políticos, distribuídos para simpatizantes do partido e intelectuais, sempre de forma gratuíta, os leitores eram poucos na época, apenas 1% dos brasileiros alfabetizados. O assunto predominante era a política, também havia seções de comércio e artes, literatura e Ciências, mas não em todos os jornais. Os colunistas encontravam dificuldades com relação as notícias do exterior ou até dentro do Brasil, de um estado para outro as mensagens eram enviadas a cavalo e da Europa só era possível receber informações por navios, a média de espera para as "novidades" eram três meses. Quando chegava, por mais novidades que houvesse, não interessava tanto assim para os leitores. Além de política publicavam muitos textos literários.

Antes da vinda dos portugueses havia um controle em Portugual sobre todos os livros que viessem para o Brasil, com medo de revoluções, muitos livros foram confiscados antes de suas embarcações nos portos dos nossos colonizadores. Após a independência o controle por lá praticamente não existia mais e após 1822 surgiram vários jornais e panfletos revolucionários. A partir da segunda metade do século XIX a imprensa começava a tratar sobre assuntos de interesse nacional, a organização das cidades, a situação dos escravos, dos imigrantes... Apesar de a lingüagem ainda ser muito poética, publicação de sonetos, informações romanceadas, a notícia ainda não era o mais importante nos jornais.

Com a invenção do telégrafo no final da segunda metade do século XIX e com isso a maior rapidez em conseguir informações, os jornais podiam publicar artigos, crônicas, reportagens em maior quantidade e com isso começava a diminuir o número de publicações com uma forte presença poética, principalmente a partir do começo do século XX. No século XX que houve a grande mudança na imprensa mas "revoluções" na escrita como o "Lide", a maior isenção nas contrução dos textos, o aprimoramento dos jornais e a preocupação maior com a ética só são vitórias das últimas duas há três décadas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O amor pela história

Até hoje fico muito feliz por gostar de genealogia, esse trabalho todo me deixou um grande aprendizado nesses últimos seis anos. Hoje infelizmente não posso me dedicar como desejaría a essa paixão que nos envolve, a esse grande vício que é um dos melhores. Se não fosse a pesquisa não tería conhecido tantas pessoas tão diferentes, não tería estudado o idioma alemão e não tería conhecido boa parte do interior teuto-gaúcho. Infelizmente sabemos que esse interior gaúcho que conheci está desaparecendo, assim como o lindo dialeto do Hunsrück que se fala por aqui com todas as suas particularidades que já não existem no Hunsrück falado na Alemanha, as palavras antigas, a mistura com outros dialetos e as palavras portuguesas germanizadas.

Nos acostumamos ao ver o descaso dos brasileiros com as coisas antigas, os descendentes de alemães hoje, no geral pensam como pensam nossos conterrâneos brasileiros e não como pensam nossos conterâneos alemães. Os dias em que estive na Alemanha foram fantásticos, realmente "tiro o chapéu" para esse povo que acima de tudo valoriza o conhecimento e a sua história. Nós que gostamos de história seguido ouvimos, "para que saber história?", "para que será útil isso para mim?", "para que genealogia?", para que servirá essas pesquisas?". As vezes essas palavras machucam ou nos deixam chateados pois essas pessoas não nos entendem, não valorizam e um dia também seram esquecidas, são essas as que derrubam cemitérios como o antigo de São José do Hortêncio, são essas que queimam fotografias e destroem a história de famílias, aos poucos o material vai se perdendo, se tornando escasso.

Somos por aqui talvez um grupo pequeno mas responsável por esse resgate, em Cerro Largo encontrei uma casa muito antiga onde havia um grande baú cheio de cartas e fotos antigas, acabei levando tudo para casa, eram de outras famílias, mas um dia se alguém procurar vai encontrar algo sobre esses antepassados. Já trouxe um ferro antigo para casa, o parente ainda brincou: "preparando teu enxoval, hein Felipe?", já salvei livros em uma igreja no interior cujo o destino deles sería a fogueira, livros de cantos, rezas, impressos ainda em Düsseldorf, Leipzig... na época em que havia a predominância do idioma alemão por aqui. Já comprei um missal de um padre por alguns trocados, um livro religioso que passou por despercebido por inúmeras pessoas e religiosos durante anos depois que o latim caiu em desuso dentro da igreja católica.

Esse último final de semana em São José do Hortêncio me lembrou de duas coisas, primeiro o potencial que tem esse lugar com o que ainda resta de antigo, casas enxaimel da época dos imigrantes, famílias que ainda guardam fotografias de um século e meio atrás, dos ancestrais pioneiros. Vestígios da época dos Mucker, livros. antigas bíblias. E a segunda imagem é a do abandono. casas sendo vendidas por alguns trocados por pessoas de fora que adquirem estas, as desmancham e as levam para longe. Cemitérios que hoje não existem, destruídos pela comunidade, o último pela prefeitura sem nem terem o trabalho de retirarem os restos mortais dos ancestrais enterrados ali e com a ironia de colocarem o nome nesse local da "praça dos imigrantes", encontraría com facilidade palavras para essa atitude da prefeitura, mas prefiro citar Jung, um grande escritor alemão: "Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo".

A ignorância de um caricaturista dinamarquês

Pelo quinto dia consecutivo, Copenhage e outras cidades na Dinamarca sofreram com incêndios criminosos, em protesto contra a republicação por jornais locais de uma polêmica caricatura do profeta maomé. Assim é o começo de uma matéria sobre o assunto, publicada no Zero Hora de domingo, 16 de fevereiro de 2008.

Os incêndios são criminosos, foram presos nove suspeitos de participar dessas ações, todos muçulmanos, aliás os muçulmanos também ameaçaram não só Kurt Westergaard, o autor das charges como também os jornais e outros que defenderam a publicação destas. A mídia no geral sempre nos passa a idéia de que os muçulmanos são sempre o "lado ruim" da história, que a Europa é civilizada e que eles não, inclusive desmerecem seus costumes e suas crenças e para a opinião geral guerras como a do Iraque matam poucas pessoas e são necessárias pois "civilizados ocidentais" defendem valores como a democracia, liberdade de opinião e outras mais. Isso não quer dizer que eu defenda muçulmanos e árabes, é de se concordar que a sociedade ocidental está "anos luz" a frente deles, ao menos no mundo ocidental a mulher tem seus direitos resguardados, as pessoas tem liberdade de escolherem a sua religião, as orientações sexuais são respeitadas, quase todos os países vivem em democracias.

Ma também essa liberdade toda caminha hoje para uma perda de valores na sociedade ocidental, é inadmissível que se ofenda valores como a família, a religião, a crença das pessoas com a simples desculpa da liberdade de expressão. Talvez o cidadão que criou as caricaturas não tenha crença em nada, não acreidte no cristianismo, não compartilhe algum conhecimento a respeito do que pensam os árabes, ele se revelou um completo ignorante que não respeita o que pensam outras pessoas.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ministro do STF volta a criticar sigilo de cartões

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello voltou a criticar o sigilo de informações relativas aos gastos com cartões corporativos – mesmo as relativas à segurança da presidência da República.

— O exemplo vem de cima. Quando não é bom evidentemente que a coisa toda degringola, considerando qualquer gasto. O que se gasta é o dinheiro público, do contribuinte. Há de haver a prestação de contas. Não se pode evocar a proteção da presidência para ter-se uma verdadeira blindagem — disse Marco Aurélio, ao chegar à sessão do STF, segundo informações do site G1.

— Sigilo nem da segurança do presidente da República. A segurança do presidente da República é bom até que se divulgue para se inibir atos atentatórios ao próprio presidente — enfatizou.

Indagado se poderia estar ocorrendo abuso no uso de cartões, o ministro foi irônico.

— Ele (o cartão corporativo) facilita as coisas, tendo aí a expressão ‘as coisas’ como bem quiserem — afirmou.

O ministro Celso de Mello também defendeu a publicidade dos gastos com cartões.

— O importante é dar-se publicidade. Preocupa-me a invocação do princípio da segurança nacional, porque, quando invocado em tempos históricos recentes, o foi para subverter as liberdades públicas — afirmou.

— Nada mais adequado do que a prática transparente das atividades governamentais notadamente quando se cuida de atividades financeiras, porque envolvem o dinheiro do contribuinte. E ele tem o direito de saber como o seu dinheiro está sendo utilizado — complementou Celso de Mello.

Ministro diz que já havia ressarcido União por compra de tapioca

Política | 11/02/2008 | 16h49min

Ministro diz que já havia ressarcido União por compra de tapioca
Orlando Silva informou que despesa de R$ 8,30 foi paga em outubro de 2007
O ministro do Esporte, Orlando Silva, através de sua assessoria de imprensa, divulgou nota informando que a despesa de R$ 8,30, paga com cartão corporativo do governo por uma tapioca, num restaurante de Brasília, já foi ressarcida à União. Segundo ele, notícias divulgadas na imprensa "não informavam todos os aspectos do fato".

O ministro alega que o valor foi devolvido ao erário público no dia 29 de outubro de 2007, de "sua própria iniciativa, espontaneamente". Portanto, afirma, "a devolução ocorreu antes da deflagração pública da discussão do tema".


ZEROHORA.COM

sábado, 26 de janeiro de 2008

Impressões da Alemanha

Estar na Alemanha por 34 dias foi um grande aprendizado para mim. Conheci senhores e gente jovem, alemães e estrangeiros, e quantos estrangeiros. Em uma noite na casa de amigos romenos eramos 15 pessoas de nove nacionalidades diferentes, Brasil, Itália, Polônia, França, Espanha, Croácia, Ucrânia, Romênia e é claro Alemanha, mesmo sendo apenas uma representante. Devido a situação economica na Alemanha muitas emigram para lá, sobretudo dos países do leste europeu e Turquia. Uma das coisas que mais me chamaram atenção por lá foi a organização dos alemães.

Com relação as florestes, todas são protegidas por leis. O cidadão consegue uma licença para derrubar as árvores que necessita, depois pinta um círculo sobre ela e um segundo cidadão vai lá e a derruba. Quanto as lavouras foi impossível achar um galho caído ou sujeira perto das estradas. Para visitar os alemães é preciso combinar com breve antecedência e se possível dizer até que horário ficará com eles. Eu precisava pesquisas sobre minha família por lá, portanto havia entrado em contato com parentes distantes e pesquisadores ainda antes de minha chegada na Alemanha. Ao chegar liguei para um deles e tentei dar uma de brasileiro, combinei de visitá-lo na sexta-feira mas ao telefone disse que de repente iría visitá-lo talvez já na quinta-feira, ele me pergunto, você não sabe exato quando virá? eu fiquei sem jeito, talvez achei que ele diría, então já podes vir na quinta, logo finalizei, eu irei lhe visitar na sexta-feira. Ou quando fui para uma outra cidade, cheguei lá como combinado mas não havia ligado para o alemão dizendo o horário exato que iria chegar na estação para ele me buscar. Logo fui até o telefone público e quando liguei para ele já veio a bronca, "você não ficou de ligar ontem para mim? o que eu faço agora?" eu logo me desculpei e então ele disse para eu esperar por meia hora. Nas casas há sempre um calendário com todas as programações da família durante o ano, tudo é escrito exato, tal dia, férias em tal lugar... tal dia dentista, médico.

O que achei fantástico foi a pontualidade deles, no primeiro dia na minha chegada em Frankfurt, fiquei cuidando, o trem partía as 17:43, quando os ponteiros do relógio fecharam o horário delimitado, as portas do trem se fecharam e o trem partiu. Quando um trem se atrazava logo a maquinista dizia, "minhas senhoras e senhores, desculpe pelo atraso devido a tal incidente..." pedia não só desculpas como também explicava o porque do atraso. Um dia elogiei a um senhor a pontualidade e o respeito dos alemães, logo veio sua resposta, "nós somos pontuais pois não gostamos de fazer os outros de bobos". A se no Brasil fosse assim, aqui há falta de pontualidade em tudo, os alunos na Universidade, os professores, os palestrantes, as próprias pessoas para com seus familiares, realmente dá para perceber que falta muito respeito por aqui. Se tivessemos ao menos um pouco de pontualidade como os alemães, já sería diferente.

São muitas as impressões que ficaram marcadas em minha pessoa. O capricho, a segurança, as belezas não naturais, mas de magníficas construções feitas pelos alemães ao longos dos séculos, a história que há nesse país, a educação o respeito que há pela cultura, pela leitura, pelos livros e acima de tudo a organização, as vezes pode ser exagerada, mas antes a organização que a falta dela.