terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Calw

Hoje é o segundo dia que estou na Alemanha. Estou em Calw, uma cidade de 23.000 habitantes a 33 km de Stuttgart.

Hoje pela manha fui a Böblingen onde acompanhei o padre para entregar uma correspondência em uma igreja. Apenas consegui ver pelos vidros do carro esta cidade, como a maior parte das cidades alemas, tem a parte nova e a parte antiga, a "altstadt" que no caso de Böblingen fica em um pequeno morro. Depois fomos a Sindelfingen onde fica a grande fábrica da Mercedes, lá trabalham 30.000 pessoas, uma parte da grande fábrica fica aberta e é permitida para visitas, apenas uma pequena parte, a entrada, depois há também um bistro, uma loja e uma exposicao de alguns carros. Os precos sao altos, um macaco de pelúcia custa 200 euros, o que dirá os carros fabricados ali, 110, 150, 200 mil euros, e aí vai, mas também tem carros pequenos e "econômicos" a partir de 11 mil euros. Também caminhamos por Sindelfingen, o impressionante é o número de imigrantes aqui na Alemanha, se vê portugueses, chineses e japoneses (difícil de distinguir quanto a nacionalidade devido as características físicas parecidas de ambos os povos), italianos, croatas, muculmanos que sao facilmente reconhecíveis pois quase todas as mulheres muculmanas usam véu. Outra coisa interessante é uma livraria que vimos e que como quase todas por aqui, deixa muitos livros na rua, eles estao ali expostos longe dos olhos da vendedora que está dentro da loja trabalhando, sinal que nao há roubos por aqui.

Quando voltei de Sindelfingen fui sozinho fazer uma caminhada aqui em Calw, esta pequena cidade é banhada pelo rio Nagold. É cercada por dois morros ocupados para residências e no meio deles está a altstadt, a parte antiga, é tudo muito lindo, quase todas as contrucoes sao em estilo enxaimel, a cidade foi fundada em 1075, quase todas as contrucoes foram renovadas e naquelas onde nasceram pessoas ilustres para a cidade, encontra-se sempre a frente uma placa em inglês e alemao com as descricoes tanto do ano de construcao quanto sobre o indivíduo que nasceu ali. As igrejas, tanto a católica quanto a luterana, tem uma grande placa com os nomes de todos os municípes que faleceram na primeira e na segunda guerra. Muitas casas tem inscricoes, o ano em que foram contruídas, até o sobrenome dos proprietários, eum uma residência construída em 1715 existe duas frases muito interessantes, "Die alten Strassen noch, die alten Häuser noch. Die alten Freunde aber, sind nicht mehr", na traducao para o português: "Ainda as ruas antigas, ainda as casas antigas. Mas os velhos amigos nao estao mais". Outra coisa muito linda é a ponte da cidade, construída em 1400 com uma capela sobre ela bem ao lado. Também colocaram sobre a ponte uma estátua de seu cidadao mais iulstre, o poeta Hermann Hesse.

Também há construcoes modernas por aqui, embora algumas como o caso de um estacionamento privado no centro ca cidade antiga nas marges do rio Nagold estraga parte da bela paisagem das construcoes ao lado do rio. Há um grande mercado bem no centro e se encontra de tudo. A cidade já está sendo decorada para o natal, há luzes nos telhados de quase todas as casas antigas em volta da igreja luterana e também decoracao nas poucas árvores plantadas em frente a algumas casas.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A extinção da CPMF

Ontem, dia 13 de dezembro, durante a madrugada foi decidido em Brasília no senado se haveria uma prorrogação ou a extinção da contribuição provisória de movimentação financeira. O tema já era discutido no congresso pelos deputados e senadores e havia um amplo debate entre a sociedade devido a grande divulgação da votação por parte da mídia do nosso país. O governo sofreu sua maior derrota em cinco anos, seis senadores aliados ao governo votaram pelo não a prorrogação.

A finalização desse imposto coloca em cheque a base aliada do governo federal. O presidente e seu grupo aconselharam todos os partidos aliados a votarem contra a perda do mandato do senador Renan Calheiros e Lula achava isso necessário para ter o apoio principalmente do PMDB para a votação de ontem, de alguns realmente conseguiu, até Pedro Simon votou a favor do imposto e na tribuna se posicionou para um adiamento da seção para maior diálogo entre o governo e a oposição.

Para o governo segundo as declarações de ontem à tarde, a saúde será prejudicada com a perda de seis bilhões que através do programa de aceleração de crescimento, seriam investidos nessa área. O governo ameaçou ainda antes da votação que se não houvesse aprovação faria cortes em investimentos e declarou após os resultados que as pessoas mais pobres perderiam com isso.

Esse dinheiro que agora não irá para os cofres públicos representa apenas 6% do total arrecadado pela União, se nossos líderes realmente prezam por uma boa administração e são eficientes, saberão onde reduzir gastos para não precisar um aumento de outros impostos. O problema que não existe só no governo federal, também em muitas prefeituras e estados é a falta de responsabilidade com as contas públicas, se gasta muito e não há compromisso para com o dinheiro do contribuinte.

O término da CPMF será bom no sentido de gerar mais consumo, receita, mais desenvolvimento para o país. Outro lado bom será uma redução nos preços de vários produtos, no geral a CPMF deixava a maior parte dos produtos cerca de 1,7% mais caros e para as empresas que atuam em áreas com maior concorrência para serem líderes de vendas, baixarão os preços e o consumidor sairá ganhando.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Unisinos vai conhecer a história de Walachai do Prof. Beno Wendling na Unisinos

Walachai é uma pequena comunidade fundada em 1829 no interior do município de Morro Reuter, RS. Seu primeiro habitante foi o imigrante Mathias Mombach e mais tarde a localidade foi habitada por famílias alemãs do Hunsrück. Em Walachai vive um senhor chamado Beno Wendling, ele foi agricultor e professor neste lugar.

Beno gosta muito de história e preocupado em preservar a memória da comunidade onde nasceu, onde trabalhou e onde reside até hoje, começou a escrever um livro, à mão, com caligrafia caprichada, que ficou pronto após nove anos de dedicação, embora ainda não publicado por editora.No livro ele conta histórias dos seus antepassados imigrantes, da chegada em Walachai, das dificuldades, do trabalho, da religiosidade, dos costumes das famílias desde a fundação do lugarejo até os últimos anos. Rejane Zilles que nasceu em Walachei e tem portanto um vínculo muito grande com essa comunidade decidiu mostrá-la para o mundo, produziu um curta metragem de quinze minutos sobre a história do professor Beno, do livro que ele escreveu e um pouco sobre o local e a vida de seus habitantes.

Para Rejane a dificuldade na produção foi na hora de resumir este grande trabalho de filmagens, entrevistas, histórias e transformá-lo em um curta metragem, para ela há ainda muito material que precisa ser divulgado sobre essa comunidade. O documentário ganhou atenção nacional e internacional, no Brasil por ser um pedaço do nosso país que poucos brasileiros conhecem e o destaque internacional devido ao povo dessa localidade preservar hábitos de seus antepassados alemães, o principal e mais citado no filme, o uso do dialeto do Hunsrück falado pelos habitantes de Walachai que não é mais utilizado dessa forma na Alemanha, tendo em vista que na pátria mãe dos imigrantes o idioma teve mudanças gramaticais e a incorporação de novas palavras não utilizadas há 183 anos atrás, quando iniciava-se no Brasil a colonização alemã.

Rejane conseguiu através da publicação desse projeto, recursos para transformar a história e os costumes da localidade em um filme de longa metragem. Os trabalhos recomeçaram e ela está juntando material para essa nova rodução. O curta metragem está sendo divulgado pela região e nessa segunda será exibido na Unisinos e contará com a presença do professor Beno Wendling, o autor do livro e homenageado nessa produção devido ao seu importante trabalho pela preservação da memória da comunidade de Walachei.

Serviço: Tema: Livro e filme "O Livro de Walachai"
Quando: 2a. feira, 10.12.2007Horário: das 19h30min às 22h
Local: Sala 1G 119 - IHUPromoção: Instituto Humanitas Unisinos - IHU PPG em História PPB em Lingüística Aplicada Zilles Produções

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Oposição aos ideais farroupilhas

Texto muito interessante que gostaria de publicar, publicado na Zero Hora de 22 de novembro de 2007, escrito por LUIS ROBERTO PONTE Empresário e ex-secretário estadual,

A Revolução Farroupilha, orgulho dos gaúchos, teve sua motivação maior na repulsa contra a exploração econômica do Rio Grande imposta pelo governo central.

Houve outras reações às discriminações da União contra os Estados federados, entre as quais a Revolução de 30 e, a última delas, a Constituição de 1988, que, democraticamente, estabeleceu um pacto federativo, com uma nova partilha do bolo arrecadado pelo país entre União, Estados e municípios.

Contrariando essa nova ordem, o poder central, passo a passo, por legislação infraconstitucional, foi retomando a concentração nos seus cofres mediante aumentos de tributos destinados somente à União.

O agravamento dessa concentração é tão absurdo, que nos últimos 14 anos a carga tributária brasileira teve um aumento de 24% para 36% do PIB, todo ele destinado à União. Só esse acréscimo, pasmem, é maior do que a totalidade das receitas fiscais dos Estados e municípios brasileiros, somadas.

Além disso, a Lei Kandir, de 1996, concebida para favorecer as exportações mediante isenções de ICMS, acabou permitindo que a União reduzisse, gradualmente, as devidas indenizações aos Estados exportadores, provocando hoje perdas fiscais anuais ao Rio Grande que já ultrapassam R$ 1 bilhão.

O pagamento à União de 14% da receita corrente líquida (RCL) para rolagem da dívida do Estado é outra importante e injusta perda por ele sofrida. Injusta, porque a origem desse dispêndio, que hoje ultrapassa R$ 1 bilhão por ano, é a sua dívida, que atingiu valor descomunal quase exclusivamente por causa dos juros de níveis sem registro na história dos povos praticados em uma década de distorcida política econômica ditada pela União. O desatino daqueles juros elevou a nossa dívida de 60% para 300% da RCL anual, sem que o Estado tivesse contratado empréstimo novo de valor ponderável.

É verdade que o Estado estabeleceu ao longo dos anos uma legislação salarial distorcida e injusta e uma prática de empreguismo e de aposentadorias precoces que ampliaram suas despesas com a folha de pessoal em total desproporção com as suas receitas. Mas são os fatores concentradores da receita na União, acima citados, que ainda mais contribuem para a penúria atual do governo, que não pode atender às necessidades mínimas da sociedade e cumprir suas obrigações constitucionais.

Isso tudo exigiria forte reação dos gaúchos, que, como se viu, inclui a busca dos mesmos objetivos da Revolução Farroupilha, porém agora a serem alcançados numa democracia republicana, com o respaldo dos princípios federativos, e com as armas da denúncia das iniqüidades referidas.

Mesmo com essa absurda concentração de tributos na União, há partidos políticos, em aberta oposição aos ideais farroupilhas, que lutam ferozmente para prorrogar a CPMF, que imporá o pagamento de R$ 40 bilhões anuais destinados totalmente ao rico governo federal, dos quais mais de R$ 3 bilhões drenados dos gaúchos. Enquanto isso, com maior empenho ainda, negam um seletivo e transitório aumento do ICMS de R$ 1 bilhão, todo ele destinado ao miserável governo rio-grandense para evitar seqüelas e o vexame nacional em que se está constituindo a penúria financeira do nosso outrora orgulhoso Estado.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Genealogia II

Comecei a ter interesse pela genealogia com 14 anos, em 2001. O começo de tudo foi um papel, uma caneta e uma conversa com meus pais e minha avó em busca de informações. Com cada informação que descobria surgia uma nova curiosidade e lá ia eu atrás de informações, primeiro visitando tios avós, primos e depois começando a pesquisa em igrejas, cemitérios, cartórios e museus.

Escrevia cartas, e-mails, telefonava para os parentes mais distantes sempre me apresentando e dizendo que pesquisava a tanto tempo de determinada família. Comecei também a visitar esses parentes que residem longe, e aí começou minha ida para Santa Maria, Cerro Largo, Itapiranga, Guarujá do Sul, Joinville, Toledo e outras cidades aqui pelo sul do Brasil. Pesquisava sempre a descendência de um imigrante e visitava os parentes principalmente com o interesse em fotografias antigas. Com tamanho interesse na história de minha família, comecei a estudar alemão e devido a esse conhecimento do idioma de meus ancestrais a partir de 2002, mandei e-mails para as cidades da Alemanha, de onde são naturais os meus antepassados. Recebi algumas respostas muito interessantes, alguns parentes mandaram informações familiares que remontam até o século XVI e XVII. Em pouco tempo, cerca de três anos, juntei um acervo enorme sobre famílias alemãs aqui do Sul do Brasil, foram 21 mil nomes de parentes, 1,7 mil fotografias antigas, mais de 500 revistas no idioma alemão, cerca de 100 livros sobre imigração, com esse material conseguiria montar um museu.

Com o ingresso para o curso superior em 2005, comecei a me dedicar mais para as matérias do curso, portanto já não podia mais pesquisar como outrora. No começo foi complicado, era tão bom todo dia procurar algo, dar um telefonema, visitar um parentes, ler um livro sobre o assunto. Fui me adaptando mas a genealogia é um vício, sorte que esse vício leva a pessoa ao conhecimento, mesmo que muitas vezes informações que apenas servirão ao genealogista e a sua família. Em 2006 praticamente parei com as pesquisas até que tive uma idéia que achei que facilitaria mais esse trabalho, ajudou um pouco, mas foi algo complicado de se fazer e ainda está sendo. Uma pesquisa de família demora anos, pessoas nascem, morrem, casam, descasam e tudo isso precisa ser atualizado, mulheres casam e o sobrenome de sua prole já não é o mesmo que o seu, o que também complica para achar descendentes das mulheres de uma família. Alguns vão pra longe, já descobri parentes morando no Japão, na Austrália, em locais do outro lado do globo.

Descobri os mórmons, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos Últimos Dias, até onde sei, todos eles pesquisam sobre seus antepassados ou deveriam. Eles percorrem todos os locais pelo mundo onde lhes permitem que fotografem todas as documentações referentes a pessoas, registros de igrejas, livros de impostos, censos. Por isso eles tem um arquivo enorme de genealogia, o maior do mundo, só na internet são 3 milhões de nomes e em Salt Lake City, onde está a sede da igreja deles são ao todos 4 bilhões em um enorme arquivo. Em Novo Hamburgo eles tem um centro de pesquisa e por um preço bem baixo eu encomendo as informações de diversas cidades e fico pesquisando. As vezes não é fácil pois os registros da igreja católica na Alemanha eram todos em latim, os padres não registravam os nomes dos avós paternos, avós maternos da criança batizada e muitas vezes nem o sobrenome da mãe era mencionado. Mas para quem gosta de fazer essas pesquisas, deve ter paciência, um pouco de conhecimentos e muita vontade para procuras. Então ultimamente estou pesquisando somente nomes de meus antepassados, suas descendências deixo que cada ramo da família complete sobre a sua.

Agora mandei novamente material para as cidades de onde vieram antepassados pedindo por informações, obtive várias respostas de parentes distantes e genealogistas interessados, e em uma breve pesquisa no google consegui nomes de antepassados que eu tenho em comum com dois senhores da Alemanha. No próximo dia 16, em dezembro irei para a Alemanha e ficarei próximo das cidades de onde preciso documentações, irei fazer pesquisas por lá e já tenho convite para passar em Kirchberg, Mannheim e Liesenich, na Baviera e na Renânia. Estou ansioso para as visitas e pesquisas e espero conseguir muito material por lá, com certeza terei ótimas experiências e pretendo escrevê-las junto com todas essas informações para um dia termos publicações dessas famílias.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Abaixo-assinado em São José do Hortêncio

Muitas pessoas conhecem São José do Hortêncio, município de aproximadamente 4.500 habitantes, fundado em 1829, a terceira colônia fundada por alemães no Rio Grande do Sul, sem dúvida uma das primeiras cidades fundadas no Brasil, embora recentemente emancipada de São Sebastião do Caí, há 19 anos. Hortêncio faz divisa com quatro municípios, Linha Nova, Presidente Lucena, São Sebastião do Caí e Lindolfo Collor. A maioria de seus habitantes são agricultores, a cidade é uma das maiores produtoras de hortifrutigranjeiros no Estado, é um absurdo que um município dessa importância e dessa idade não tenha um único acesso a asfalto, indignado com essa situação de descaso de todos os governos anteriores para com Hortêncio, cidade onde tenho parentes e amigos, decidi cobrar com um ato de cidadania, os direitos de nossos conterrâneos munícipes de Hortêncio.

Peguei os nomes no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) dos três Deputados Federais que fizeram mais votos no município, fiz um texto endereçado a eles e um abaixo-assinado e em oito dias indo de casa em casa consegui 1.100 assinaturas, cerca de 25% dos habitantes, em cada residência que visitava ficava mais evidente que o asfalto é algo que todos precisam e com pressa, a cidade não se desenvolve como deveria, os médicos não vão mais até o município, as pessoas tem que conviver com a poeira diariamente, sugiro a todos os políticos que também passem uma semana em Hortêncio e façam o que fiz, visitem casa por casa para ver pelo que passa a população. Depois entreguei o abaixo-assinado aos Deputados Zimmermann do PT e Bonow dos Democratas, (teria também entregue ao Deputado Redecker, o mais votado, falecido no dia 17/07 no acidente da TAM). Também fui atendido pelo Dr. Gilberto Cunha, Diretor Geral do DAER no RS, que após minha visita em Porto Alegre visitou o prefeito de Hortêncio dizendo a ele que há vontade do Estado em pavimentar algum dos acessos e que isso é uma questão de tempo.

Depois do apoio que recebi dos habitantes percebi que estamos todos juntos nessa causa, ganhei apoio e grande receptividade por parte dos moradores, também a atenção do Jornal NH que fez uma reportagem na contra-capa no dia 24/02/2007 sobre a situação do Vale do Caí e do abaixo-assinado em Hortêncio, o Deputado Zimmermann também escreveu para o jornal NH falando sobre o assunto e disse que essa mobilização chamou muito a atenção dele.
Um dos assessores do Dr. Gilberto Cunha me disse uma vez, “dos 496 municípios gaúchos, cerca de 110 não tem acesso a asfalto, mas quantos desses estão cobrando das autoridades? Vocês têm a nossa atenção com essa grande mobilização e isso facilitará na hora de decidirmos onde investiremos nossos recursos”. Alguns me diziam lá em Hortêncio, nunca ninguém nos ajudou aqui no município, esse abaixo-assinado não dará em nada, e eu dizia sempre, isso não dará em nada se não nos mobilizarmos, se não cobrarmos, infelizmente em nosso país, sem mobilização popular não conseguimos nada, e já chamamos a atenção das autoridades, agora vamos continuar cobrando e esperar os resultados de nosso esforço.

Genealogia

Segundo a definição da wikipedia, genealogia é uma ciência auxiliar da História que estuda a origem, evolução e disseminação das famílias e respectivos sobrenomes. Nos dias de hoje é cada vez mais comum ver pessoas pesquisando sobre seus ancestrais. Geralmente são religiosos ou pessoas de mais idade, que na terceira idade procuram achar uma ocupação para o seu tempo livre. O interessante em fazer essas pesquisas é descobrir a sua própria história, pois afinal somos o resultado de gerações passadas e graças a eles que estamos aqui. Quando um indivíduo começa a envelhecer, ele começa a ter mais relação com o seu passado, e aí começam a surgir dúvidas que no geral a genealogia pode solucionar.
Tudo começa por uma pequena dúvida, com uma pequena pesquisa e ao longo dessas procuras, quando mais se descobre, mais dúvida se tem. E geralmente é algo extremamente complicado para quem quer ir muito além, conseguir alguma informação de cinqüenta anos atrás já é difícil, imagina tentar descobrir algo de duzentos anos, trezentos anos como muitos tentam. Tem a história oral, contada por familiares, mas o ditado popular já diz “cada um que conta um conto aumenta um ponto”, um primo ou uma irmã provavelmente não saberá nada além de seus bisavós. E na própria história escrita às vezes acha-se pouco.
Creio que a maioria de nós gostaria de ter um antepassado de origem nobre, já pensou que legal dizer, meu bisavô era um barão, casou-se com uma princesa, morava em um castelo, tenho sangue azul... Existem poucos descendentes de nobres, ainda mais aqui no Brasil, mas são essas famílias que geralmente conseguem chegar mais além em suas genealogias, pois já tiveram alguém que fez essa pesquisa e como muitos foram importantes para seu país ou foram pessoas extremamente conhecidas, nem precisam pesquisar muito para descobrir sobre os seus. Nós ao contrário dessa minoria que no geral permaneceu na Europa, descendemos de agricultores, pessoas com menores condições financeiras que viram na emigração uma oportunidade melhor para eles e seus filhos. E aqui o tempo deles era quase somente destinado ao trabalho, não havia no tempo livre a oportunidade de pesquisar sobre suas famílias, nem a possibilidade em material como livros de registros. E na Alemanha, vendo por cima, a Renânia, terra de muitos que vieram para cá, passou por pelo menos umas quatro guerras, guerra dos trinta anos, as guerras napoleônicas, a primeira e a segunda guerra mundial. Com isso perderam-se muitos registros paroquiais e no geral é por aí que é possível descobrir a nossa história. Nos registros das igrejas.
Para começar uma pesquisa geralmente é preciso conversar com os pais, avós, tios, que podem passar as primeiras informações. Após é preciso recorrer aos registros paroquiais, como conseguir nome dos tataravôs? Só achando um registro de batismo do bisavô onde haverá o nome de seus pais e avós e assim a diante procurando mais registros. Acontece que aqui no Rio Grande do Sul a colonização começou em 1824, portanto registros anteriores de alemães são impossíveis de se achar. Localizando o nome da cidade ou do lugarejo de onde veio o imigrante deve-se procurar alguém da Alemanha que forneça informações, que bom que temos hoje a internet. Aqui no Brasil temos a telelistas, entrando no site da telefonia brasileira é possível localizar as pessoas com o sobrenome procurado em qualquer canto do Estado ou do país desde que a pessoa tenha seu nome no registro do telefone. Na Alemanha existe o Telefonbuch, onde é possível fazer o mesmo.
Se não for possível localizar possíveis parentes, há a Igreja de Jesus Cristo dos Santos Últimos Dias, os Mórmons, devido a todos serem genealogistas, eles percorrem os locais pelo mundo, com o intuito de fotografar todos os registros possíveis relacionados com pessoas, registros paroquiais, livros de impostos, censos, atas de tribunais, registros de cartórios. Por um custo bem baixo é possível descobrir se os mórmons tem registros da cidade de onde veio o antepassado imigrante e encomendar as informações para que fiquem a disposição para pesquisa durante dois meses na igreja deles onde localiza-se um centro de pesquisa. Se não localizar parentes na Alemanha que possam mandar informações nem localizar nada com os mórmons, aí sugiro algo mais caro e complicado como uma viagem até a Alemanha.
No geral é possível localizar informações familiares até por volta de 1650, data do término da guerra dos trinta anos, entre católicos e protestantes, nessa época destruíram-se igrejas de ambas as religiões e perderam-se quase todos os documentos na Alemanha anteriores a 1648, uma história mais antiga é achada em raros locais, e em média no máximo até 1500, época em que os cidadãos da Alemanha que não pertenciam à nobreza começaram a receber os sobrenomes. Outro problema muitas vezes é a caligrafia dos padres, era tudo escrito em latim, e já pensou, um texto em latim com letra gótica antiga com as particularidades de cada religioso na hora de escrever? É algo complicado de se traduzir. Também é difícil de localizar muitas vezes os sobrenomes das mulheres e conseguir algo sobre suas famílias, o homem era valorizado e seu nome e sobrenome devia seguir nos registros, o de sua esposa não era obrigatório e coloca-los no papel, para os padres no final da idade média, era um complemento desnecessário, em registros antigos de algumas regiões é possível encontrar os nomes das mulheres apenas no começo do século XVII e seus sobrenomes apenas lá pela metade do século XVIII.
Pesquisar sobre as famílias é um verdadeiro quebra-cabeça histórico, deve ser montado aos poucos e só alguém que realmente gosta de pesquisas consegue fazer um grande trabalho, é algo demorado e geralmente uma pesquisa detalhada de uma família desde seu passado na Europa até os dias de hoje é um trabalho para anos de pesquisa, precisa ser feito por alguém que tenha conhecimento de alemão, latim, caligrafia, costumes das épocas..., E principalmente muita paciência, pois é um trabalho muito demorado.

A memória do povo alemão no Rio Grande do Sul contada por imagens

Meu nome é Felipe Kuhn Braun, tenho 20 anos, sou estudante de Direito e Jornalismo na Feevale em Novo Hamburgo. Desde meus 14 anos pesquiso sobre a história de meus antepassados, quase todos de origem alemã. Pesquiso sobre suas famílias, de onde vieram, quais eram suas profissões, e consegui muitas vezes vasto material sobre o assunto. Também pesquisei muito sobre a emigração alemã, mas o que mais me chamou a atenção sempre foram às fotografias das famílias alemãs no sul do Brasil.

Desde meus 14 anos venho juntando fotografias de diversas famílias que tem algum parentesco comigo, mesmo que longínquo. Hoje conto com um acervo de 2.150 fotografias antigas de Teuto-Gaúchos que se espalharam pelo sul do Brasil, Argentina e Paraguai. Creio que a fotografia tenha sido uma das maiores invenções da história da humanidade, como é bonito vê-las e recordar o nosso passado, o de nossas famílias, poder dizer, esse é parecido com o avô, esse outro com a família da avó. Olhar como eram suas vestes, quais eram suas condições financeiras para a época e a partir disso saber sobre outras informações muito interessantes que retratam a nossa história. Creio que esse meu acervo deve ser partilhado com mais pessoas, mando as fotografias antigas aos parentes, seja por carta ou por e-mail, e também já mandei a jornais, o Zero Hora já publicou, o Jornal NH do Vale do Rio dos Sinos vem publicando várias em uma coluna do mesmo chamada “1900 e Antigamente”, já tive fotografias publicadas no jornal A Folha de Novo Hamburgo, que não existe mais e também na revista Skt. Paulusblatt de Nova Petrópolis.
Infelizmente não temos o costume de escrever no verso das fotografias, nossos antepassados também não o tinham, motivo pelo qual hoje muitas fotos não são mais possíveis de serem identificadas. O neto talvez ainda conheceu o avô e lembra dele em uma foto, mas o bisneto, o trineto, esses já não sabem. E por incrível que pareça, já vi muitos casos de pessoas que colocaram lembranças de sua família no lixo, que as queimaram, que não deram valor nenhum a elas. E Antigamente tiravam poucas fotos, às vezes uma pessoa tirava uma fotografia uma única vez na vida, a vinda de um fotógrafo era o motivo para vestirem a melhor roupa e para reunir a família para ter uma lembrança de todos juntos, unidos, hoje não pensam muito mais nisso, mas antigamente faziam muito as chamadas “Familienbild”, uma fotografia de todos juntos. Os homens sempre com um terno e uma gravata, ou com um lenço no pescoço, as mulheres com flores, uma sombrinha ou um lenço na mão. Famílias numerosas, oito, dez, doze filhos, geralmente tinham vestes simples feitas pelas mulheres da família, que passavam um por um, do irmão mais velho ao mais novo.

O mais bonito é o que as imagens nos contam, como diz o dito popular, “uma imagem vale mais do que mil palavras”, as fotos nos mostram coisas fantásticas. Antigamente boa parte das mulheres de origem alemã casava com o vestido preto e o véu branco, porque isso? Pois vieram de uma região muito pobre da Alemanha e lá usavam o vestido preto porque após o casamento se o vestido fosse branco logo sujaria e não poderiam usa-lo tantas vezes quanto o escuro. Outro conhecimento interessante, devido à distância que moravam os parentes uns dos outros, às vezes não se visitavam por muitos anos e quando um falecia, tiravam uma foto do falecido no seu caixão, para mandarem aos parentes distantes para terem ao menos uma lembrança de como o ente querido estava quando faleceu. As fotos das lavadeiras nos rios, em um tempo em que nossos rios não eram poluídos e todos podiam nadar neles, beber a sua água. As fotos das construções das igrejas pelo nosso Estado, tanto os católicos quanto os luteranos mostravam a fé que tinham, a devoção à religião, ao trabalho. As fotos dos religiosos, da emoção que um casal tinha em ter um filho padre, uma filha freira, um filho pastor. As fotos das casas, quase todas no estilo alemão enxaimel (Fachwerk), as quais muitas já não existem mais. As idas a praia, para as famílias de melhores condições, iam todos a “Tramandahy” a praia dos alemães. Os meios de transporte, a carroça puxada por bois, o trem. As fotografias nos contam o nosso próprio passado, das nossas famílias, das nossas regiões, contam acima de tudo o esforço dos imigrantes alemães para construir tudo o que temos hoje, “preservar tudo isso é um ato de gratidão a eles, que nos legaram tudo aquilo que aí está”, como escreveu uma vez na década de 1970 um jornalista Hamburguense já falecido, Sr. Bruno Dientsmann.

Pesquisar a genealogia dessas famílias Teuto-Gaúchas não é nada fácil, é um verdadeiro “quebra-cabeça” histórico, mas daqui a cinqüenta, cem anos, quando alguém pesquisar sobre sua família, ainda achará muitas informações, nomes, datas, mas dificilmente achará alguma foto de um antepassado muito distante, a não ser que algum de seus parentes em décadas anteriores tenha guardado a imagem e escrito quem era a pessoa que ali estava. Aos poucos, com o passar dos anos essas lembranças vão se perdendo, seja pelo descaso de alguns descendentes, seja por outros fatores. Como já citado acima, a contribuição desses imigrantes e de seus descendentes foi muito importante para todos nós hoje, eles foram heróis, trabalhadores, um exemplo de honestidade, de coragem, vontade, fé, determinação. Por não terem sido na grande maioria pessoas muito conhecidas, a não ser dentro de sua comunidade, suas histórias, lembranças e imagens vão se apagando com o passar do tempo até o momento em que de muitos restará apenas uma mera informação, nasceu tal dia, faleceu em tal lugar.
O trabalho de genealogia serve para resgatar o que ainda existe referente à história dessas pessoas e creio que é muito importante também o trabalho de guardar todas essas imagens, de escrever atrás das fotografias, de deixar para as gerações futuras essas belas lembranças sobre seus ancestrais, temos que preserva-las, pois um dia ficará também lembranças nossas e garanto que a maioria de nós quer que sejamos lembrados.

O papel da mídia e do jornalista na sociedade

Resumo que fiz sobre as aulas de introdução ao jornalismo na Feevale.

Aprendemos sobre o papel da mídia em nossa sociedade, o papel do jornalista, do repórter, que deve ser o mediador entre o fato, a informação e o receptor desta. E sobre como vêm sendo desenvolvida, a comunicação em nosso país. Sobre o poder de domínio da mídia na conjuntura social, o uso do meio por trás, sobre estrutura empresarial econômica que dá suporte para que a comunicação sobreviva.
A imprensa é muito importante, é ela que deve trazer ao conhecimento geral, todos os fatos relevantes para a sociedade. Passar a informação de forma clara, mais isenta possível, não há imparcialidade, pois está embutida no texto a parcela do comunicador, mas há como mostrar os diferentes posicionamentos para que o leitor tire suas conclusões sobre o assunto. O Jornalista tem grande influência sobre os receptadores, e muitos destes hoje, em grande parte devido ao acesso a muitos meios de comunicação e a quantidade de reportagens, matérias colocadas a eles, questionam os fatos e a forma como são transmitidas essas informações.
Apenas em revistas como Veja, Caros Amigos, Época..., Que é possível haver uma forte presença de opinião nas palavras do autor do artigo, da reportagem..., Pois é dirigido a determinado grupo de leitores, no caso da revista Caros Amigos um posicionamento mais à esquerda enquanto a Veja de um pensamento mais à direita. Também estudamos sobre o papel de todos os meios de comunicação. O rádio ganha vantagens na hora de transmitir um acontecimento, pois pode transmitir ao vivo enquanto na Televisão também há essa possibilidade, mas não há tanta abrangência, pois é preciso uma atenção maior a ela, se o cidadão está no trânsito, está no trabalho, por exemplo, provavelmente não terá uma televisão com ele. Embora como diz o ditado popular, “uma imagem vale por mil palavras”, a televisão pode convencer mexendo com o sensacionalismo. Não há na população em geral uma grande difusão dos jornais e das revistas até comparando o nosso país com nossos vizinhos argentinos. O jornal embora muitos acreditavam que era um meio de comunicação que iria acabar devido ao surgimento de tantos outros meios mais modernos, como a própria televisão e mais tarde a internet, ainda é muito vendido. O jornal consegue detalhar o acontecimento, o que a televisão ou o rádio não podem fazer a não ser que se trate de algum acontecimento muito relevante como, por exemplo, o acidente da TAM este ano ou uma campanha presidencial, que precise de maior cobertura. Depois também há as revistas para que o leitor tenha um maior conhecimento sobre o assunto.
O grande papel da mídia é difundir o conhecimento, informar os cidadãos, mas na prática isso nem sempre acontece, os grandes meios de comunicação interessam-se muito pela venda do espaço comercial nos intervalos da transmissão de novelas, de notícias e não na qualidade do que se transmite. As novelas em geral estimulam o telespectador a consumir e na sua programação não se preocupam em transmitir valores morais como a honestidade, a fidelidade, entre outros. Apenas o que lhes dá ibope. Quanto às notícias muitas vezes passa-se o que melhor convém para a grande empresa, afinal é uma estrutura financeira e precisa ser mantida, não de forma desonesta, mas muitas vezes isso acontece. Empresas que estão sempre na situação, onde há um governo, é preciso que tirem sua vantagem sobre ele, e ganhando proveitos, maquiam-se as coisas, pode ser construída ou destruída a imagem de alguém, de uma organização, de um partido político, de outro meio de comunicação. Transforma-se uma mentira em verdade e uma verdade em mentira, e como dizia um secretário de Estado alemão, uma mentira contada mil vezes, torna-se verdade.
Com tudo isso ainda há jornalistas responsáveis, que pensam na qualidade da informação, no comprometimento com o grande público. Também há muitas empresas com essa preocupação e fazendo um ótimo trabalho. Preocupam-se em mostrar a situação de uma determinada comunidade, não da forma mais sensacionalista, apenas seus problemas, mas também um pouco sobre o que pensam, o que fazem, sua história... Isso é um jornalismo responsável para com a comunidade, para com o leitor. O jornalista deve ter princípios como a objetividade, clareza, deve ter um compromisso em formar conhecimento ideológico, desde que não seja uma ideologia partidária, religiosa... Formar uma consciência no cidadão para que ele não aceite as coisas da forma que vierem, para que ele critique, que pense, que saiba o que a sua comunidade precisa, o que seu representante fez por ele, que não concorde com tudo que é passado, que questione as coisas.

Texto referente à palestra sobre comunicação comunitária

No dia 25 de agosto de 2007 tivemos uma palestra no auditório da Feevale sobre comunicação comunitária, com o estudante de Jornalismo, Marcelo Jaguar. Marcelo é proprietário junto com um grupo de amigos de um jornal que aborda temas voltados para as comunidades mais carentes e para as pessoas que vivem nelas. Com esse trabalho ele e seu grupo mostram um outro lado dessas pessoas e dos locais onde vivem. Diferente da visão da grande mídia que geralmente mostra esses cidadãos de uma forma sensacionalista dando destaque apenas para seus maiores problemas, essa outra comunicação apresenta essas comunidades de outra forma, mostra a história do local, o que fazem os moradores, suas opiniões sobre diversos assuntos, entre outras informações.
Segundo o palestrante e a professora, Dra. Neusa Ribeiro, a representação da comunicação comunitária, que começou a crescer em nosso país a partir da década de 1990, não são apenas as rádios comunitárias, idéia que vêem a nossas mentes quando é comentado esse assunto. A comunicação social tem uma abrangência muito maior. Existem os jornais de bairros, o jornal do Kephas e o da Vila Martin Pilger em Novo Hamburgo, são dois exemplos disso, também outras formas como livretos, panfletos. É uma comunicação integrada, entre o morador da localidade com o repórter, de todos (os habitantes não importando o nível de conhecimento que tenham, podem ajudar), para todos (para os moradores do local, quanto para a comunidade externa) e feita por todos. O maior objetivo do jornalismo é isso, uma comum ação, comunicar algo a alguém, parte do indivíduo para o todo.
Existem dezenas de acontecimentos em um determinado local. Cabe ao jornalista decidir o que é mais importante para a divulgação, para tornar público. O jornalista precisa escrever sobre o que as pessoas necessitam saber, ele consegue transformar um fato de um local em uma grande notícia para que aquela informação não fique restrita apenas para aquela localidade. Sabemos que ter o conhecimento, ter a informação é também ter muito poder. Que muitas vezes as grandes empresas, a grande mídia como são chamadas, manipulam isso tudo da forma que melhor lhes beneficie e isso é muito perigoso. São os privilégios de meia dúzia de grandes empresas, das famílias e pessoas que as detêm, prevalecendo sobre a maioria da população, sobre milhares, para não dizer, milhões de pessoas.
O palestrante falou sobre as novelas, que hoje o que mais vale nesse horário não é o conteúdo nem a qualidade do entretenimento e sim o espaço comercial entre os intervalos desses programas que são vendidos a empresas. Nas próprias notícias que são divulgadas também o que mais vale muitas vezes é o interesse da empresa que detêm essas informações, omitem-se fatos, transformam mentiras em verdades, verdades em mentiras, não divulgam um grande acontecimento ou dão grande publicidade a um fato isolado. O palestrante foi muito severo em algumas colocações. Disse que o profissional faz os textos e que não é valorizado, que nem tem mais seu nome assinado nas vezes que faz as produções textuais. Que passam seus textos aos redatores, e que esses cortam trechos sem nem analisá-los. Falou que os jornalistas trabalham muito para o pouco retorno que tem em ganhos financeiros. Que os grandes jornais apenas se interessam nas vendas, nos lucros e não na qualidade. Apesar das críticas constata-se que em tudo “há os dois lados da moeda”, assim como há o mau exemplo de grandes empresas também há manipulação por parte das rádios comunitárias como o caso citado pela professora Neusa de muitas dessas rádios serem controladas por igrejas pentecostais que utilizam parte de seu horário para propaganda sobre vendas de produtos, anúncios, sendo que nas rádios comunitárias é permitido segundo a lei no máximo apresentarem o nome das empresas que as apóiam. E também há ótimos profissionais nas grandes empresas de comunicação e empresas que valorizam seus funcionários e que fazem bons trabalhos na divulgação de fatos que interessam a sociedade em geral.
Foi uma palestra interessante, um bom profissional deve se interessar por maiores conhecimentos de ambos os lados. Conclui-se que a comunicação comunitária é diferenciada, que deve sim haver essa outra apresentação, essa outra discussão, uma outra visão não tão sensacionalista e não tão comercial sobre os fatos, sobre esses locais, essas pessoas e para estas pessoas. Que essa nova comunicação é muito importante para maiores reflexões, para visualizarmos essas comunidades carentes de uma outra forma. Para maior compreensão, menos preconceito e maior participação.