segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Genealogia

Segundo a definição da wikipedia, genealogia é uma ciência auxiliar da História que estuda a origem, evolução e disseminação das famílias e respectivos sobrenomes. Nos dias de hoje é cada vez mais comum ver pessoas pesquisando sobre seus ancestrais. Geralmente são religiosos ou pessoas de mais idade, que na terceira idade procuram achar uma ocupação para o seu tempo livre. O interessante em fazer essas pesquisas é descobrir a sua própria história, pois afinal somos o resultado de gerações passadas e graças a eles que estamos aqui. Quando um indivíduo começa a envelhecer, ele começa a ter mais relação com o seu passado, e aí começam a surgir dúvidas que no geral a genealogia pode solucionar.
Tudo começa por uma pequena dúvida, com uma pequena pesquisa e ao longo dessas procuras, quando mais se descobre, mais dúvida se tem. E geralmente é algo extremamente complicado para quem quer ir muito além, conseguir alguma informação de cinqüenta anos atrás já é difícil, imagina tentar descobrir algo de duzentos anos, trezentos anos como muitos tentam. Tem a história oral, contada por familiares, mas o ditado popular já diz “cada um que conta um conto aumenta um ponto”, um primo ou uma irmã provavelmente não saberá nada além de seus bisavós. E na própria história escrita às vezes acha-se pouco.
Creio que a maioria de nós gostaria de ter um antepassado de origem nobre, já pensou que legal dizer, meu bisavô era um barão, casou-se com uma princesa, morava em um castelo, tenho sangue azul... Existem poucos descendentes de nobres, ainda mais aqui no Brasil, mas são essas famílias que geralmente conseguem chegar mais além em suas genealogias, pois já tiveram alguém que fez essa pesquisa e como muitos foram importantes para seu país ou foram pessoas extremamente conhecidas, nem precisam pesquisar muito para descobrir sobre os seus. Nós ao contrário dessa minoria que no geral permaneceu na Europa, descendemos de agricultores, pessoas com menores condições financeiras que viram na emigração uma oportunidade melhor para eles e seus filhos. E aqui o tempo deles era quase somente destinado ao trabalho, não havia no tempo livre a oportunidade de pesquisar sobre suas famílias, nem a possibilidade em material como livros de registros. E na Alemanha, vendo por cima, a Renânia, terra de muitos que vieram para cá, passou por pelo menos umas quatro guerras, guerra dos trinta anos, as guerras napoleônicas, a primeira e a segunda guerra mundial. Com isso perderam-se muitos registros paroquiais e no geral é por aí que é possível descobrir a nossa história. Nos registros das igrejas.
Para começar uma pesquisa geralmente é preciso conversar com os pais, avós, tios, que podem passar as primeiras informações. Após é preciso recorrer aos registros paroquiais, como conseguir nome dos tataravôs? Só achando um registro de batismo do bisavô onde haverá o nome de seus pais e avós e assim a diante procurando mais registros. Acontece que aqui no Rio Grande do Sul a colonização começou em 1824, portanto registros anteriores de alemães são impossíveis de se achar. Localizando o nome da cidade ou do lugarejo de onde veio o imigrante deve-se procurar alguém da Alemanha que forneça informações, que bom que temos hoje a internet. Aqui no Brasil temos a telelistas, entrando no site da telefonia brasileira é possível localizar as pessoas com o sobrenome procurado em qualquer canto do Estado ou do país desde que a pessoa tenha seu nome no registro do telefone. Na Alemanha existe o Telefonbuch, onde é possível fazer o mesmo.
Se não for possível localizar possíveis parentes, há a Igreja de Jesus Cristo dos Santos Últimos Dias, os Mórmons, devido a todos serem genealogistas, eles percorrem os locais pelo mundo, com o intuito de fotografar todos os registros possíveis relacionados com pessoas, registros paroquiais, livros de impostos, censos, atas de tribunais, registros de cartórios. Por um custo bem baixo é possível descobrir se os mórmons tem registros da cidade de onde veio o antepassado imigrante e encomendar as informações para que fiquem a disposição para pesquisa durante dois meses na igreja deles onde localiza-se um centro de pesquisa. Se não localizar parentes na Alemanha que possam mandar informações nem localizar nada com os mórmons, aí sugiro algo mais caro e complicado como uma viagem até a Alemanha.
No geral é possível localizar informações familiares até por volta de 1650, data do término da guerra dos trinta anos, entre católicos e protestantes, nessa época destruíram-se igrejas de ambas as religiões e perderam-se quase todos os documentos na Alemanha anteriores a 1648, uma história mais antiga é achada em raros locais, e em média no máximo até 1500, época em que os cidadãos da Alemanha que não pertenciam à nobreza começaram a receber os sobrenomes. Outro problema muitas vezes é a caligrafia dos padres, era tudo escrito em latim, e já pensou, um texto em latim com letra gótica antiga com as particularidades de cada religioso na hora de escrever? É algo complicado de se traduzir. Também é difícil de localizar muitas vezes os sobrenomes das mulheres e conseguir algo sobre suas famílias, o homem era valorizado e seu nome e sobrenome devia seguir nos registros, o de sua esposa não era obrigatório e coloca-los no papel, para os padres no final da idade média, era um complemento desnecessário, em registros antigos de algumas regiões é possível encontrar os nomes das mulheres apenas no começo do século XVII e seus sobrenomes apenas lá pela metade do século XVIII.
Pesquisar sobre as famílias é um verdadeiro quebra-cabeça histórico, deve ser montado aos poucos e só alguém que realmente gosta de pesquisas consegue fazer um grande trabalho, é algo demorado e geralmente uma pesquisa detalhada de uma família desde seu passado na Europa até os dias de hoje é um trabalho para anos de pesquisa, precisa ser feito por alguém que tenha conhecimento de alemão, latim, caligrafia, costumes das épocas..., E principalmente muita paciência, pois é um trabalho muito demorado.

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