sábado, 9 de maio de 2009

O abrigo dos imigrantes


Esta casa que virou museu em São Leopoldo, foi o primeiro abrigo dos imigrantes alemães no sul do Brasil, na antiga "Feitoria do Linho Cânhamo", situada a 4 km do ponto de desembarque das famílias.

A família Kuhn de Nova Petrópolis


Essa foto é importante para a localidade de Pinhal Alto, Nova Petrópolis, como também para a família Kuhn e para mim, que sou descendente desse casal. Na foto está o vinicultor e celeiro, José Kuhn com sua esposa Leopoldina Kandler e seus oito filhos na localidade no ano de 1937. Da esquerda para direita estão: Aloísio, meu avô Norberto, Irma, Amália, Hilda, Albano e Beno Kuhn. No meio está o casal José e Leopoldina com o filho mais novo Evaldo, que faleceria três anos mais tarde com dez anos.

Bodas de ouro do professor Jaeger


Na foto está o casal Jacob Jaeger e Anna Reichert de São Leopoldo, no ano de 1931 quando completavam bodas de ouro. O professor Jacob Jaeger dedicou sua vida ao ensino, foi professor em São Vendelino, Picada São Paulo, Morro Reuter, Pinhal Alto, Nova Petrópolis e São Leopoldo, nessa cidade onde ele faleceu em 1943 há uma rua com seu nome e também a escola da localidade de Pinhal Alto em Nova Petrópolis, recebeu o nome de Jacob Jaeger.

Das Fachwerkhaus in Itapiranga


Uma casa enxaimel, das "Fachwerkhaus" da família Werlang de Itapiranda, Santa Catarina, na década de 1940, construção típica dos alemães no sul do país, na foto um ambiente bucólico e interessante!

Estrela, por volta de 1885


O município de Estrela, banhado pelo rio Taquari, por volta de 1885, nessa época era a nova colônia de destino dos imigrantes alemães tendo em vista que as primeiras terras (São Leopoldo, Dois Irmãos, Ivoti e São José do Hortêncio) já haviam sido habitadas.

Imagem histórica


A foto é um tanto estranha, sobretudo para quem não conhece muito sobre esse lado da história alemã no Rio Grande do Sul.
Por aqui os alemães moravam distantes, uns dos outros, familiares moravam muitas vezes a centenas de quilômetros de distância e como os meios de locomoção também não facilitavam, as vezes ficavam anos sem ver seus parentes.
Acontece que quando algum deles falecia, logo que o parente repousava sobre o esquife, a família contratava um fotógrafo perto que rapidamente ía ao velório e fotografava o falecido.
A foto um tanto tenebrosa era enviada aos parentes distantes e todos tinham uma última imagem do falecido, na foto publicada acima, que pertence ao meu arquivo pessoal de mais de 2.500 fotografias dos imigrantes alemães, está uma prima de meu avô materno, que faleceu em Nova Petrópolis na década de 1920 pouco depois de ter uma filha, o dado curioso é que sua mãe também havia falecido em seu parto.
Fotos assim raramente são vistas mas retrata um aspecto histórico de nossa sociedade Teuto-Gaúcha.

A FÉ E A DEVOÇÃO A CRISTO E A IGREJA

Essa bela imagem da década de 1930, mostra as irmãs da Congregação de Santa Catarina em Novo Hamburgo.
A foto foi tirada quando elas se preparavam para se tornarem freiras, é uma bela imagem que demonstra, em minha opinião, a fé e a devoção ao cristianismo e ao catolicismo.
Tendo em vista que entrando em uma ordem religiosa só poderiam ver a família uma vez a cada dez anos, não poderiam casar, consequentemente não deixariam descendência.
Prestariam os votos de devoção a Cristo e se dedicariam dali por diante ao ensino e aos doentes, duas áreas de grande atuação das Irmãs de Santa Catarina.

Casamento dos Heck de Lajeado


Mais uma bela foto que demonstra as vestimentas nos casamentos de origens germânicas no sul do Brasil.
Nessa foto tirada na década de 1920, estão parentes distantes de minha avó paterna, de sobrenome Heck, da região de Lajeado.
Ela tem em seu traje as características típicas dos vestidos de casamento, todos em preto e usando um vel branco! uma bela imagem para recordar o passado!

A FAMÍLIA DE PROFESSORES JAEGER

Essa foto é muito importante para a história da emigração alemã no Rio Grande do Sul.

Tanto que foi publicada no primeiro livro sobre a emigração publicado em 1924, sobre o centenário da vinda dos alemães para o Brasil.

Nela está meu trisavô Jacob Jaeger, avô materno de minha avó materna e seus cinco irmãos, todos professores!

Filhos do imigrante alemão Franz Adolph Jaeger e de Catharina Elisabeth Schuck, dedicaram sua vida ao ensino, assim como muitos de seus descendentes!

Da esquerda para direita estão: João Batista Jaeger, professor em Novo Hamburgo, Jacob Jaeger, meu trisavô, professor em Picada São Paulo, São Vendelino, Pinhal Alto, São Leopoldo, Henrique Jaeger, professor em Ivoti e Jorge Jaeger, professor em São Leopoldo, desenhista e violinista.

Sentadas estão Maria Jaeger, a primeira professora de Bom Princípio e Madre Clementina a primeira professora da Congregação do Imaculado Coração de Maria.

Uma família que dedicou a vida ao ensino, para sempre deve ser lembrada!

O imigrante professor, Heinrich H. Röhe e sua família


Essa foto é a mais antiga de minha coleção, tirada no ano de 1868 em Porto Alegre. Nela estão meus tataravós, o professor Heinrich Harrÿ Röhe, que nasceu em 1821 na Alemanha, emigrou para o Brasil em 1851 com os Brummer, (soldados contratados por D. Pedro para lutaram em um conflito que o Brasil tinha contra a Argentina) e foi professor em Dois Irmãos. Na foto está a esposa, também nascida na Alemanha, em Worms, Maria Barbara Döhren, e os filhos: (da esquerda para direita) Henrique (meu trisavô) Harry e Emma Röhe. Essa foto é da época em que a fotografia ainda estava iniciando no Rio Grande do Sul.

Casamento de José Kuhn e Leopoldina Kandler



Fotografia de meu arquivo pessoal sobre os descendentes de alemães no sul do Brasil, na imagem estão meus bisavós, José Kuhn e Leopoldina Kandler exatamente no dia de seu casamento em 14 de junho de 1914, a foto foi captada pelo conhecido fotógrafo Neumann de Linha Imperial, Nova Petrópolis.

Na foto a bisavó usa um vestido preto, assim casavam as noivas de origem alemã antigamente, um costume que veio da Alemanha e que foi usado no Rio Grande do Sul até por volta da década de 1930.

A aplicação das idéias de Marx

Em 1818 nascia em Trier, sudoeste da Alemanha, Karl Marx, considerado por muitos um dos maiores filósofos de todos os tempos. Marx, filho de um judeu convertido ao protestantismo e de uma holandesa, descendente de conceituados rabinos judeus, não poderia assim como seus pais professar suas crenças por ser descendente de hebreus, deveria pensar como a sociedade alemã da época pensava, mas foi muito além em suas idéias. Estudou em sua cidade natal, mais tarde em Bonn e terminou seus estudos na capital alemã, Berlim. Em 1842 voltou para sua província natal, passando a escrever no Rheinische Zeitung, jornal de Colônia, importante cidade na Vestfália. Marx já descrevia suas indignações no jornal onde conheceu outro intelectual da época, Friedrich Engels, proferiam juntos grandes ataques ao governo prussiano.

Por ordens do rei da Prússia, Frederico Guilherme, o jornal onde Marx expunha suas idéias foi fechado, Marx foi então para Paris, porém de lá coordenava um novo jornal que ainda contestava o governo prussiano, em 1845 foi expulso de Paris, indo então para a Bélgica, mais tarde retornando para a Alemanha onde seria expulso novamente, não sendo aceito no retorno a Paris, instalando-se em 1848 na Inglaterra, continuava a escrever e influenciar inúmeros pensadores na época.

Na teoria seus escritos são muito interessantes, previa uma sociedade igualitária, sem distinção de classes, onde todos teriam os direitos básicos como saúde e educação atendidos, porém no comunismo o Estado seria extinto sendo substituído por associações de produtores. Dezenas de pensadores influenciados por Marx e os constantes conflitos sociais resultantes do poder sem limites da igreja e das monarquias absolutistas se tornaram um campo fértil para por em prática as idéias de Marx.

Na Rússia dos czares, um grupo de revolucionários liderados por Lênin, depôs a família real e passou a comandar esse gigantesco país. Não foi algo fácil para esse grupo se manter no poder, “O Livro Negro do Comunismo”, publicado na França em 1997 e traduzido para 17 idiomas, fruto do trabalho de pesquisadores franceses e russos nos traz um pouco do que realmente foi o regime “comunista” na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas que então englobava a Rússia e quase todo o leste europeu.

Primeiramente os frutos do comunismo foram a falta de liberdade de expressão e o fim da propriedade privada. Tudo deveria ser do Estado, portanto fazendeiros desse país até então pouco influenciado pela revolução industrial eram os primeiros “inimigos” do Estado, e a religião também tinha que ser abatida, seguiram ao pé da letra a expressão de Karl Marx: “A religião é o ópio do povo”, uma critica ao fervor religioso que nos leva ao radicalismo e não a religião em si. Grandes fazendeiros foram deportados para os campos de concentração, conhecidos como “Gulag”, os oficiais do Czar Nicolau II bem como quase todos seus parentes, sejam os mais próximos ou mais distantes foram fuzilados.

Russos que tinham parentes no exterior foram proibidos de estabelecer contato com eles, qualquer crítico ou opositor ao regime era deportado para a Sibéria, obrigado a trabalhar em campos forçados ou exterminado sem ao menos um julgamento. Os burocratas e líderes do partido comandavam o Estado e se beneficiavam junto com suas famílias das riquezas da nação, porém o povo vivia de forma simples e sem o poder de expressão.

Houve deportações em massa, minorias étnicas foram dizimadas, sobre as ordens de Stalin, o líder soviético de 1922 a 1953, morreram mais de dez milhões de russos, opositores ao sistema, religiosos e minorias étnicas como os alemães do vale do rio Volga, todos deportados para a Sibéria, e os ucranianos com o “Holocausto Ucraniano”, quando o regime deixou de provir esse povo com alimentação durante os anos de 1932 e 1933. Estima-se que os ucranianos mortos tenham sido 4,5 e os alemães dois milhões.

Isso sem contar os mortos na China, Europa Oriental, Vietnã, Coréia do Norte, África e Afeganistão. Para Eric Hobsbawm, historiador inglês e ex-comunista, escritor bem conhecido no Brasil, “Mesmo que as cifras (dos crimes socialistas) caíssem pela metade, seriam moralmente inaceitáveis”. O que não podemos negar sejam os críticos ou defensores do sistema é que o comunismo onde esteve se manteve pela repressão, pelo medo, pelos crimes e torturas e se fosse o regime ideal não teria sido sepultado com a queda do muro de Berlim em 1989.

O preocupante é quando alguns líderes de nações, sobretudo as da América Latina, tentam implantar regimes semelhantes e quando muitos “intelectuais”, professores, historiadores, escritores, apóiam esses regimes, justificando-os pelos êxitos, como os progressos na medicina, educação, industrialização e excluindo em seus escritos todo esse passado negro das nações socialistas.

O Holocausto e o Conflito Árabe-Israelense

No final da segunda grande Guerra, três meses antes de Hitler se suicidar em seu bunker na Berlim tomada pelos soviéticos, no dia 27 de janeiro daquele ano terrível de 1945, soldados russos fizeram uma terrível descoberta. Chegaram a Auchwitz, na Polônia e encontraram um grande campo de extermínio e trabalhos forçados. A comunidade internacional ficou perplexa, com o decorrer daquele ano descobriram-se novos campos, Birkenau, também na Polônia, Bergen-Belsen na Baixa Saxônia, Buchenwald na Turíngia, Dachau na Baviéra e dezenas de outros mais. Esse dia é lembrado até hoje como o Dia Internacional de Lembrança do Holocausto. A comunidade judaica relembra as atrocidades cometidas pelos nazistas, não só contra seu povo, também contra homossexuais, ciganos, minorias étnicas, todos que pensavam contra o regime de opressão de Adolf Hitler.

Milhões de judeus sem pátria, mortos, com seus bens desapropriados, espalhados pelo mundo em condições precárias. Uma forma da comunidade internacional se “retratar” por tanto descaso (afinal foram séculos de perseguições, sobretudo na Europa) foi à criação do Estado de Israel em 1947 pela ONU. O problema foi à ocupação das terras dos palestinos, vilarejos foram invadidos, propriedades desapropriadas, vilas destruídas, povoados construídos e habitados por séculos pelos árabes sumiram do mapa. Hoje 80% dos árabes ainda vivem abaixo da linha da pobreza. A partir de 1947, os judeus, o povo oprimido, se tornava o povo opressor.

Basta analisarmos dos dados para maiores constatações, em 2006 os libaneses seqüestraram e mataram um soldado israelense, os judeus revidaram bombardeando o Líbano e matando mais de mil pessoas em poucos dias. Usaram a máxima do general e escritor alemão Carl von Clausewitz (1780-1830), autor de Von Kriege (da Guerra), o objetivo era por meio da força física, submeter o outro a sua vontade, abater o adversário a fim de torná-lo incapaz de qualquer resistência. Von Clausewitz deixou seus escritos para a posteridade no começo do século XIX quando a Europa era um campo instável e ainda passaria por muitas guerras e conflitos. Uma época em que não se praticava muito a diplomacia.

Os árabes e judeus são radicais, basta ver o último conflito, mais uma vez apresentando somente dados, os palestinos mataram 13 judeus e durante dias jogaram mísseis sobre Israel, não querendo dialogo e não abrindo espaço para isso, Israel revidou atingindo “apenas” alvos militares e “simpatizantes e partidários” do Hamas, resultado: 1,3 mil palestinos mortos e mais de 5,5 mil feridos, quase um terço destes eram crianças. Israel foi mais além, proibiu a entrada de muitos jornalistas, bombardeou a sede da ONU, uma escola, os locais onde estavam guardados os mantimentos para refugiados. Para muitos analistas internacionais a tendência em um conflito resolvido com armas é só aumentar ainda mais a xenofobia e o ódio entre as partes.

Em pesquisa encomendada pela TV israelense e publicada pela BBC, cerca de 80% dos israelenses aprovaram os bombardeios sobre a faixa de Gaza e 84% apoiaram a cobertura da mídia focada em números militares, informações do governo e não em imagens das vítimas, dos lares destruídos e das famílias separadas. Segundo palavras de Lev Grinberg, professor de Sociologia Politica e diretor do Instituto Humphrey de Pesquisas Sociais em Israel, "A reação do publico à ofensiva em Gaza demonstrou uma grave deterioração moral da sociedade israelense”.

Ano passado, a primeira ministra alemã, Angela Merkel, em um discurso na sede do parlamento europeu em Estrasburgo, França, falou sobre a Europa de seus pais, avós e gerações anteriores. Envolvida em guerras que não levaram a nada e a Europa de hoje, unida e sem preconceitos (comparado com outras épocas), sem o nacionalismo exacerbado e sem a presença tão forte da religião na vida de todos. O que serve de grande exemplo para países que ainda hoje estão em conflito. O memorial do Holocausto inaugurado em Berlim em 2005 e os campos de concentração ainda preservados na Europa devem servir de exemplo para os povos e, sobretudo ao povo judeu para que modere suas ações militares sobre seus vizinhos.

O CASO BATTISTI E A IMPRENSA ITALIANA

O governo Lula concedeu refúgio para o ex-guerrilheiro italiano, Cesare Battisti e com isso criou uma crise diplomática entre o Brasil e a terra natal de Battisti. A questão é mais antiga, Cesare é foragido desde 1982, esteve no México, depois se beneficiou na França pela chamada doutrina Miterrand, que garantia refúgio político a ex-terroristas que deixaram de lado a luta armada. Morou na França durante doze anos. Agora com um pedido de ajuda feito por Sarkozy e com intercessão da conterrânea de Battisti, a primeira dama da França, Carla Bruni, o Brasil concede refúgio ao terrorista que matou quatro pessoas na década de 1970 enquanto a dois atletas cubanos ano passado não deu sequer o direito de se expressarem e os deportaram a seu país natal na mesma semana.

O que é de se admirar e muito foram as graves críticas da imprensa italiana ao nosso país. Segundo o jornal La Reppublica: “O Brasil excede em matéria de futebol e na torrefação do café, mas seu índice de respeito do Direito é sobretudo fraco” “...No Brasil, a idéia de que o terrorismo é política é uma idéia nobre, mesmo jurídica. Segundo essa concepção fazer justiça por suas próprias mãos, pelas armas, é uma política social, em um país onde os ladrões menores são abatidos em plena rua por esquadrões da morte”.

O jornalista responsável pelo texto veiculado nesse jornal pelo jeito não pratica o bom jornalismo, tendo em vista que escreveu um texto recheado de estereótipos e pré-conceitos. Sugeria a ele que olhasse um pouco para a história e a atualidade italiana, que não é muito diferente da nossa. Segundo pesquisas de ONGs internacionais, divulgadas no inicio desse ano, o Brasil compete com a Itália pelo quinto lugar entre os países mais corruptos do mundo, perdendo apenas para China, Rússia, México e Índia. Fora que os problemas com a máfia italiana ainda são enormes. Embora com a operação mãos limpas na década de 1980, os juízes italianos com o apoio da imprensa e da maior parte da sociedade civil, conseguiram desenraizar a máfia siciliana, não conseguiram acabar com ela.

Embora hoje a maioria dos parlamentares italianos não são financiados pela máfia como na década de 1980 em que 87% deles tinham lucros com atividades ilícitas, os maus exemplos são tantos que os italianos não nos servem de exemplos nos aspectos, transparência, segurança, honestidade e combate a corrupção. A máfia de Camorra por exemplo, ameaça há mais de dois anos a vida do jornalista napolitano, Roberto Saviano, que com um brilhante trabalho de pesquisa, publicou um livro denunciando a força da máfia napolitana, (o Best-seller Gomorra que agora virou filme), mas vive hoje com escolta policial 24 horas por dia e ninguém sabe seu paradeiro, para que ele não termine como todos os juízes sicilianos que fizeram parte da operação mãos limpas.

A máfia é tão forte que no começo do ano passado em represálias a atitudes do governo, acabou com o transporte de lixo em Nápoles e região, que eles controlavam, acumulando pilhas de lixo nas ruas. Os mafiosos vivem de extorsão, narcotráfico, prostituição e lavagem de dinheiro, o mais complicado são as relações entre a máfia e a população que ou os protege, ou é omissa, ou porque lucra junto ou por medo de represálias, ou fica indiferente a tudo isso, como reage a maioria, portanto advogados, juízes, jornalistas, políticos italianos, deveriam cuidar mais de seus problemas internos, citar o Brasil da forma arrogante que citaram é mais fácil, pois assim são mostrados os problemas dos outros, sempre é muito mais fácil criticar o vizinho, não mostrar os seus problemas dentro do seu país e para o mundo.

CHAVEZ E A IMPRENSA

Um pouco da história de Hugo Chavez com a imprensa

Hugo Chavez, atual presidente da Venezuela, quando criança não falava sobre política e esse assunto não era uma preocupação para ele, adorava o beisebol e já muito novo era praticante desse esporte. Na adolescência largou o beisebol e entrou no exército assim que completou idade para se alistar. Em 1992 junto com vários militares, tentaram um golpe contra o governo, Chavez ficou encarregado do levante em Caracas.
Seus colegas ficaram perplexos, pois se rendeu após uma noite de protestos assumindo toda a culpa do golpe e impôs uma condição, que pudesse deixar uma mensagem aos colegas militares e a população venezuelana respaldado pela imprensa. Começou elogiando seus colegas militares, assumindo para si toda a responsabilidade e reconhecendo a derrota. Fracassou militarmente, mas triunfou midiaticamente, consciente da importância dos meios de comunicação para a construção da imagem de político ou um pretendente a política.

Em 1994 foi posto em liberdade pelo novo governo, recebido por amigos e familiares, a imprensa cobriu os acontecimentos, pois ele havia se tornado popular após o golpe de 1992. Solto ele conseguiu ajuda política de Luis Miquilena, ex-deputado e líder comunista venezuelano. Em 1998 a Venezuela estava em uma situação crítica e o povo desacreditado pelos políticos que estavam no poder, poucos investimentos na área social deixaram margem para líderes populistas. Mas seis anos de contato com a imprensa lhe renderam uma cobertura especial a sua campanha de 1998.

Assim Chavez ganhou as eleições e começou a “administração bolivariana”, seu maior objetivo, estatizar as empresas, centralizar o poder em suas mãos e implantar o socialismo do século XXI. Todos os domingos ele apresenta um programa na TV estatal, fala sobre sua infância, sua vida, seus objetivos, sua administração, sobre o socialismo e crítica o capitalismo e seu inimigo maior, George Bush. Hoje é um inimigo de quase todos os meios de comunicação de seu país, quase todos os jornais, TVs e rádios que o apoiaram em 1998, defenderam o golpe contra seu governo em 2002, desde essa época viraram seus inimigos. Quem continuou criticando Chavez foi a RCTV, Rede Caracas de Televisão que teve sua concessão de 20 anos encerrada em 2007 e não mais renovada pelo líder venezuelano.

Chavez é um grande estrategista, soube usar melhor do que ninguém, dos meios de comunicação para sua ascensão ao poder. Essas empresas hoje percebem o quanto amargo pode ser tomar determinadas decisões, apoiar tais grupos ou idéias, chocando-se com a lógica do bom jornalismo que prega a isenção, a cautela, a investigação. Os meios de comunicação que são formadores de opinião e são citados por muitos como o quarto poder, foram enganados por Chavez, o fortaleceram, o colocaram no poder e hoje são obrigados a veicular o que melhor agrada a ele.

RESUMO DO FILME OS IRMÃOS GRIMM RELACIONADO A SEMIÓTICA

A semiótica estuda a lógica das ciências, das coisas, da linguagem social, a linguagem social são as formas de comunicação, de contato, representação. Os signos são comunicação, e os signos não são os do zodíaco, são as imagens, os desenhos, as formas de se expressar. Todo e qualquer fato cultural, toda e qualquer prática social, são práticas significantes, produzem linguagem e sentido. A semiótica estuda todas as formas de expressão, de signos, que está em todas as ciências, nos contatos entre as pessoas. Todos os sistemas vivos são formas de estudos.
Segue abaixo um breve resumo sobre o filme e após um resumo com os olhares da semiótica:
O filme conta uma estória que acontece no começo do século XIX durante a época das guerras napoleônicas na Prússia. Os irmãos Grimm são retratados como dois impostores que criavam histórias sobre bruxas, fantasmas e outros elementos assustadores e mexiam com o imaginário coletivo das pessoas em uma época onde devido à falta de conhecimento das pessoas e a forte predominância da igreja a maior parte das pessoas acreditavam em bruxas, fantasmas, enfim, em seres de outro mundo. Tendo em vista que a inquisição acabou na Alemanha apenas por volta de 1750, ou seja, o imaginário coletivo ainda era um campo fácil para o cultivo de crenças que cultivadas hoje seriam a prova de demência. Os irmãos Grimm lucravam com os personagens que criavam, pois diziam conhecer formas de acabar com eles, chegavam a um vilarejo e a população pagava para que os irmãos com suas técnicas eliminassem todas as ameaças da redondeza. Matavam e espantavam as bruxas, os monstros e demais perigos. O filme faz uma compilação de diversos contos dos verdadeiros irmãos Grimm (os irmãos alemães, Wilhelm e Jacob que viveram no século XIX). Para quem conhece os contos dos Grimm, é possível notar a presença de traços mais ou menos marcantes dos principais deles. A começar com a história de João e o pé de feijão quando ... troca sua vaca por feijões mágicos para ajudar a família. Depois na história de Marbaden, a aldeia onde morava a rainha da Turíngia, presa em sua torre desde a peste do século XIV. Uma das últimas meninas a desapareceram estava vestida como chapeuzinho vermelho levando um cesto de doces. Depois aparecem dois irmãos, história tirada do conto de João e Maria, passeando pela floresta e deixando migalhas de pão pelo chão, a menina desaparece. A própria rainha presa na torre é um exemplo do conto de Rapunzel, presa em uma torre sem entradas ou saídas com um enorme cabelo. Depois aparece o sapo que indicava o caminho, seria uma demonstração da história do príncipe sapo? E quando a senhora da vila aparece com uma maça vermelha para oferecer ao italiano Marcondi que liderava as tropas francesas na localidade? O exemplo da história da branca de neve.Os irmãos Grimm eram excelentes escritores, são dezenas as histórias que escreveram, o que fizeram em sua época foi uma compilação de histórias contadas de geração em geração durante séculos na Alemanha, histórias que eram feitas para adultos e jovens, e que na sua essência tinham significados morais, mas que para serem contatos para as crianças, precisavam de modificações.
A relação com a semiótica:
O filme é uma relação dos contos dos irmãos Grimm com a estória criada pelo autor. É uma representação dos contos destes irmãos de forma lúdica, atraente e divertida. Sobre os signos, qualquer coisa que se produz na consciência tem o caráter de signo. Peirce leva a noção de signo tão longe a ponto de que um signo não tenha necessariamente de ser uma representação mental, mas pode ser uma ação ou experiência, ou mesmo uma mera qualidade de impressão. O filme é assim como os contos, recheado de signos e representações. Representações da época que o filme trata, o começo do século XIX, representações da sociedade alemã daquela época, região dominada e explorada pelos franceses com pouco desenvolvimento industrial e as pessoas no geral com pouco desenvolvimento intelectual, criando assim um ambiente propício para a crença em bruxas e monstros.
Há uma enorme quantidade de definições de signo distribuídas pelos textos de Peirce, umas mais detalhadas, outras mais sintéticas, segundo as palavras de Peirce: “um signo intenta representar, em parte pelo menos, um objeto que é, portanto, num certo sentido, a causa ou determinante do signo, mesmo se o signo representar seu objeto falsamente. Mas dizer que ele representa seu objeto implica que ele afete uma mente, de tal modo que, de certa maneira, determine naquela mente algo que é mediatamente devido ao objeto. Essa determinação da qual a causa imediata é o objeto, pode ser chamada o interpretante. O signo não é um objeto, apenas está no lugar do objeto, ele só pode representar o objeto de um certo modo e uma certa capacidade. Por exemplo: a palavra casa, a pintura de uma casa, o desenho de uma casa, a fotografia de uma casa, a planta baixa de uma casa, a maquete de uma cada ou mesmo o seu olhar para uma casa, são todos signos do objeto casa. Não são a própria casa, nem a idéia geral que temos de casa. Substituem-na, apenas, cada um deles de um certo modo que depende da natureza do próprio signo. A natureza de uma fotografia não é a mesma de uma planta baixa.
Há signos que são interpretáveis na forma de qualidades de sentimento; há outros que são interpretáveis através da experiência concreta ou ação; outros são passíveis de interpretação através de pensamentos numa série infinita. Se você recebe uma ordem de alguém que tem autoridade sobre você, por respeito ou temor, essa ordem produzirá um interpretante dinâmico energético, isto é, uma ação concreta e real de obediência, no caso, como resposta ao signo. Percebendo que o signo não é uma coisa monolítica, mas um complexo de relações, que retenhamos em nossa rotina mental essas sutis diferenciações entre as partes do signo. Sobre as divisões dos signos, as mais divulgadas são, tomando-se a relação do signo consigo mesmo, a relação do signo com seu objeto dinâmico e a relação do signo com seu interpretante.
No começo do filme aparece uma bruxa e um agricultor alemão desesperado pedindo ajuda aos irmãos Grimm que o ajudam espantando a bruxa do vilarejo, através dos sons, da imagem, há um signo, um significado para o agricultor que acredita piamente nesses fenômenos, isso porque tudo projeta uma imagem em sua mente que o faz acreditar nisso, as próprias pessoas que assistem ao filme pela primeira vez não sabem se realmente é uma bruxa de verdade e o filme é uma completa fantasia ou se é uma bruxa criada pelos irmãos Grimm e portanto o filme não é tão fantasioso.
As representações das histórias são todas significativas, são ícones que excitam nossos sentidos, se apresentam a nós para produzir sentidos. Produzem relações de comparação, entre as histórias e nosso mundo real, comparações também entre as próprias histórias dos Grimm. Também nos traz símbolos, apenas identificamos, não os criamos nem poderemos excluí-los. As palavras, as representações vivem nas mentes daqueles que as usam, que as observam. Elas vivem nas suas memórias.
Como teoria científica, a semiótica de Peirce criou conceitos e dispositivos de indagação que nos permitem descrever, analisar e interpretar linguagens. Como tal, os conceitos são instrumentos para o pensamento, lentes para o olhar, amplificadores para a escuta. Portanto, não podem, por si mesmos, substituir a atividade de leitura e desvendamento da realidade. São instrumentos que, quando seriamente decifrados e eficazmente empregados, nos auxiliam nessa atividade. Sozinhos não podem executá-la para nós. Desse modo, o que a semiótica peirceana (semiótica geral, teoria dos signos em geral) nos trouxe foram as imprescindíveis fundações fenomenológicas e formais para o necessários desenvolvimento de muitas e variadas semióticas especiais: Semiótica da linguagem sonora, da arquitetura, da linguagem visual, da dança, das artes plásticas, da literatura, do teatro, enfim, das linguagens da natureza.
O filme é rico na representação de ícones, índices, símbolos, por ser uma compilação de vários contos apresentados pela estória criada pelo autor do filme os Irmãos Grimm. Como escrito no começo desse resumo, o filme desperta grande interesse por se assemelhar aos contos de fadas dos irmãos Grimm por conter uma linguagem, lúdica, atraente e de fácil compreensão. O filme pode ser avaliado por aspectos sociológicos contando um pouco da época que retrata, da antropologia por mostrar os costumes e crenças da população daquela época e daquele lugar, embora Marbaden é um vilarejo fictício, a região existe na Alemanha, os franceses realmente estiveram lá e os irmãos Grimm existiram, claro que não eram charlatões como o filme apresenta. Pode ser visto pelos olhares da história pois retrata as roupas, o lugar, as formas de construção, e é claro é riquíssimo para os olhares e interpretações da semiótica que estuda as representações em todas as ciências e ambientes. Para muitos o filme é apenas uma forma de diversão mas para técnicos em diversas áreas é um filme que nos deixa as mais diversas interpretações.

EXPECTATIVAS REFERENTES A OBAMA

EXPECTATIVAS REFERENTES A OBAMA

Texto que escrevi no começo do ano...

O ano de 2008 é um ano histórico para os Estados Unidos. Pela primeira vez o homem mais poderoso do mundo é um negro. Barack Hussein Obama. Filho de um queniano e de uma norte-americana é o primeiro a quebrar a regra de eleger sempre um branco anglo-saxão de origem alemã, inglesa ou até mesmo judaica. Sobrenomes tradicionais na história norte-americana, alguns descendentes de poderosas famílias que controlaram a economia, Adams, Johnson, Ford, pela primeira vez um nome desconhecido, de um descendente de quenianos, o senador Obama, de Ilinois.

Interessante que em um país comandado em sua maioria por brancos, onde o negro ainda é discriminado, todos serão liderados por um negro e também graças a maioria branca que Obama foi eleito, os negros e hispânicos embora sendo maioria nos estados do sul, não são a maioria étnica norte-americana. É uma evolução e tanto para os Estados Unidos. Quando Obama nasceu em 1961 os negros não podiam votar nem ser votados. Muitos votaram nele pela sua cor, por se identificaram com ele por serem negros, mas a maioria votou por suas idéias.

Obama sempre foi contrário as guerras no Afeganistão e no Iraque e prometia tirar gradativamente as tropas norte-americanas desses dois países. Essas duas guerras foram um desastre, altos custos para o governo norte-americano, a derrubada da ditadura de Hussein abriu margem para a guerra civil pela qual passa o país desde 2003, e a imagem norte-americana frente ao mundo está muito desgastada. O governo Bush enfrenta sua menor aprovação desde o começo do mandato em 2001. Fora a crise financeira e a recessão que promete ser ainda mais forte.

A maior esperança dos norte-americanos com certeza é em relação à economia. John McCain mais criticava o adversário e representava o continuísmo do governo Bush, que dialogava sobre as propostas para os Estados Unidos saírem desse abismo econômico. Os democratas, partido o qual Obama representa, conseguiu não só a presidência dos Estados Unidos quanto à maioria das cadeiras no congresso norte-americano. Sua vitória foi comemorada nos quatro cantos do mundo, jornais dos mais variados países estampavam suas fotos em suas capas, da Austrália ao Quênia, da Argentina a Israel, da Croácia ao Japão, da Índia a Grécia. Obama virou símbolo da paz na Palestina, símbolo afro na França, símbolo da mudança pelos cinco continentes.

Segundo pesquisas da BBC, realizada em mais de vinte países, descobriu que de cada cinco estrangeiros, quatro torciam pela vitória de Obama. Ele discursou em Berlim para mais de 200.000 alemães, sua vitória foi festejada na Alemanha e na França. Foi até comparado ao líder brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva. Embora são muitas as diferenças entre esses líderes, Obama é formado em Harvard, disputava pela primeira vez a presidência de seu país, já escreveu dois livros, um dos quais sobre suas memórias e é um brilhante orador.

São muitas as expectativas sobre o comandante da maior nação do planeta. Acabar com guerras pelo planeta, acabar com a crise, lutar pela paz mundial, pelo meio ambiente, seus discursos voltados para a negociação e a diplomacia indicam que teremos progressos em relação a esses temas, mas gradativamente e não é um presidente ou um grupo que em quatro anos conseguirá resolver questões mundiais dessa amplitude.

Em seu discurso logo após o resultado das eleições de quatro de novembro, em Chicago, Obama citou a votação recorde, as filas que cercavam as escolas, igrejas, as pessoas que esperavam duas, três horas para votarem. Parabenizou seu oponente McCain e citou: “Podemos comemorar nessa noite, mas entendemos que os desafios virão amanhã serão os maiores de nossos tempos, duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século”. “Há mães e pais que ficam acordados depois de os filhos terem dormido se perguntando como irão pagar suas hipotecas ou o médico ou poupar o suficiente para pagas a universidade de seus filhos”. “O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas América, nunca estive mais esperançoso de que chegaremos lá” a confiança em Obama e sua equipe foi depositada, o jeito é esperar para ver.

HISTÓRIA DE MATHIAS MOMBACH

HISTÓRIA DE MATHIAS MOMBACH, FUNDADOR DE WALACHEI, INTERIOR DE MORRO REUTER, MEU ANTEPASSADO.

ESCRITO NA DÉCADA DE 1920 PELA SUA BISNETA, THERESA HENRICH, É UM RELATO DE UMA PEQUENA PARTE DA HISTÓRIA TEUTO-GAÚCHA NO RS

Da Época da fundação de Wallachei
Dois Irmãos - Picada Wallachei

Com interesse eu li no Skt.Paulusblatt o discurso festivo do Pe. Rambo SJ. no Clube de Ginástica. É verdade, quem é que não teria pensado especialmente nos seus ancestrais no dia 25 de julho? Também aqui em Wallachei não foram esquecidos seus valentes heróis. O 1º habitante daqui foi Mathias Mombach, meu bisavô pelo lado materno. Minha mão não soube informar em que ano ele veio com sua família, sua esposa e seus 5 filhos. Então me disse um morador antigo, senhor Reinheimer, que ele leu a data de 1843 na velha casa que existe ainda hoje seu genro Emílio Becker que a achou gravada numa taboinha na parede. Assim faz exatamente 108 anos que existe Wallachei. Daí se deriva também o nome Wallachei.

Mathias Mombach, era oriundo de Elsass - Lothringen, foi oficial imperial francês e súdito de Napoleão I. Por sua valentia mereceu a cruz de ferro. Participou também da guerra contra a Rússia. Na batalha de Waterloo foi ferido na perna por um estilhaço de granada, o que lhe causou mais tarde ainda muitas dores. Isso foi no ano de 1815, 18 de julho. Napoleão fugiu em seu carro, mas foi alcançado a noite em Genappe por cavaleiros prussianos, mas teve tempo apenas para saltar do carro e apanhar seu chapéu e sua espada e saltar num cavalo e continuar a fuga. Morreu como prisioneiro nos rochedos da Ilha de Santa Helena, em 1821.

Mathias Mombach veio a chamado de Dom Pedro I para o Brasil. Construiu-se uma casa de madeira sólida - já que não faltava madeira, e cercou-a com estacada para protegê-la dos bugre e outros ataques. Depois dele vieram outros imigrantes: Dessane, Bökel, Morgenstern, Schmitz e outros mais. É possível imaginar como foi difícil o começo para os primeiros moradores. Ao redor, mata virgem, animais selvagens, cobras venenosas, bugres, etc. De todos os lados havia perigos e ameaças de morte. Com coragem e confiança em Deus os imigrantes iniciaram seu trabalho, meteram as mãos na mata-virgem e começaram a lavrar o chão virgem. Seu trabalho foi coroado com êxito e começou também a luta contra os bugres selvagens que não se deixavam afugentar.

Fiquei sabendo que os selvagens só ousaram atacar a casa de meu bisavô. Com valentia se defendia o herói com seus filhos e dava tiros através dos buracos preparados para isso nos cantos da casa. Nove mortos cobriam o chão, os demais selvagens fugiram apavorados, novamente para o mato. É que temiam tanto o grande homem com a barba comprida e os olhos azuis, que transferiram seu acampamento para outro lugar. Quando Mahtias Mombach farejava os bugreS próximos, soprava na sua guampa e uns 20 cachorros que el possuía começavam a uivar ao mesmo tempo e os bugres deitavam a fugir. Os bugres teriam matado algumas pessoas. Deviam ser austríacos. Foram enterrados num pequeno cemitério. Então surgiu a revolta contra o Menino Diabo.

O que a pobre gente sofreu e como se zombou deles. E novamente foi MatHias Mombach que comandou o povo e trouxe o Menino Diabo preso, ferido numa perna, colocado no seu cavalo branco, para Baumschneiss (Dois Irmãos) onde ele teve um fim miserável. Mathias Mombach viveu 93 anos, minha mãe conheceu-o muito bem, mas meu bisavô já havia partido para a eternidade. O últimos anos da vida de M. Mombach passou-os com seu filho Schang (João) em Dois Irmãos. Lá no cemitério repousa ele, o herói, no seu uniforme e sua Cruz de Ferro. Honra à sua memória! Esta é a história da antiga Wallachei, espero que agrade os leitores. Viúva Maria Theresia Henrich.