segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Exploração e benefício próprio desde a época da colônia

Segundo notícia publicada no Zero Hora do dia 25 de fevereiro, sete governadores estão na mira dos tribunais. Denunciados por crimes eleitorais, além dos chefes do poder executivo dos Estados, estão na lista deputados federais e senadores, correm o risco de perder o mandato sobre suspeita de compra de votos, uso de caixa 2 em campanha e propaganda eleitoral. Apenas ao ler o título já imaginei "devem ser na maioria, os representantes lá do Nordeste", e eram, com excessão e Luiz Henrique da Silveira de Santa Catarina e Ivo Cassol de Rondônia, isso não é preconceito de minha parte, apenas uma constatação, para as terras que o governo federal destina a maior parte dos recursos desde o primeiro mandato do presidente Lula em 2003, a maior parte dos políticos estão envolvidos em casos de corrupção.

Os casos vistos hoje no nordeste e o sistema político atual que canaliza nossos recursos para aqueles lados, é fruto de um sistema mal implantado pelos portugueses. Os portugueses não tinham intenção nenhuma de colonizar nosso país, queríam sempre uma colônia por aqui, não aceitavam imprensa até 1808, publicação de livros jamais. Educação, a mais pífia de todas as colônias na América, em 1808 apenas 1% da população brasileira era alfabetizada. As terras por todo o Brasil eram loteadas e entregues aos "queridinhos do imperador" que muitas vezes aqui no sul quando as ganhavam, esperavam a chegada de alemães e posteriormente italianos para revendê-las e após esse comércio, ganhar mais terras do monarca. Fora a questão dos escravos, os trouxeram e em 1888 princesa Isabel bancando a salvadora da pátria os libertava mas sem lhes dar condição nenhuma de sobrevivência, disseram: "estão livres todos", mas não lhes deram oportunidades de moradia, educação, condições para o trabalho, isso tudo é o resultado de anos de exploração e falta de planejamento.

Mas voltando ao nordeste, famílias como a dos Magalhães na Bahia ou a dos Sarney no Maranhão, são donos de terras em seus respectivos Estados desde a época das capitanias hereditárias, um sistema montado desde a época dos portugueses, partidos como o PMDB (o maior da nação, o indispensável para governar bem e aquele que está com todos os governos sempre, o que dança conforme a música) tem a sua cúpula dominada por nordestinos, Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros... o Nordeste tem também um expressivo número de representantes na câmara e no senado federal e agora por projetos apoiados por nosso senador gaúcho Zambiasi (não sei o que esse senhor ganha em troca para isso), estão querendo aumentar o número de estados por lá, estão querendo a criação de mais seis deles, para que? mais poder em Brasília, mais controle dos recursos.

O próprio governo federal, para onde vai a maioria do nosso dinheiro? São Paulo e Rio Grande do Sul sempre são os que mais colaboram e os que menos ganham, hoje o presidente tem uma justificativa, são estados administrados por partidos opostos, e isso não vêm de agora. Mas porque mandar a maior parte dos nossos recursos para o Acre? porque na lista dos cem parlamentares que mais ganharam recursos não há um único gaúcho? porque Sarney ganhou sozinho cinco milhões para suas contas? o que falta também no Nordeste é o que seus políticos não querem, mais investimentos em educação, povo com mais instrução não vende o voto por uma cesta básica, até porque não precisa disso. Com mais instrução não se repete aquele pensamento pequeno, "esse rouba mas faz". Não podemos culpar aos nordestinos em geral que são trabalhadores e que vivem sobre péssimas condições de vida, agora seus políticos são os piores do Brasil, é só ver as listas dos envolvidos em escândalos, é bobagem pensar que nas outras regiões não existe mas que acontece menos, acontece.

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