sábado, 9 de maio de 2009

CHAVEZ E A IMPRENSA

Um pouco da história de Hugo Chavez com a imprensa

Hugo Chavez, atual presidente da Venezuela, quando criança não falava sobre política e esse assunto não era uma preocupação para ele, adorava o beisebol e já muito novo era praticante desse esporte. Na adolescência largou o beisebol e entrou no exército assim que completou idade para se alistar. Em 1992 junto com vários militares, tentaram um golpe contra o governo, Chavez ficou encarregado do levante em Caracas.
Seus colegas ficaram perplexos, pois se rendeu após uma noite de protestos assumindo toda a culpa do golpe e impôs uma condição, que pudesse deixar uma mensagem aos colegas militares e a população venezuelana respaldado pela imprensa. Começou elogiando seus colegas militares, assumindo para si toda a responsabilidade e reconhecendo a derrota. Fracassou militarmente, mas triunfou midiaticamente, consciente da importância dos meios de comunicação para a construção da imagem de político ou um pretendente a política.

Em 1994 foi posto em liberdade pelo novo governo, recebido por amigos e familiares, a imprensa cobriu os acontecimentos, pois ele havia se tornado popular após o golpe de 1992. Solto ele conseguiu ajuda política de Luis Miquilena, ex-deputado e líder comunista venezuelano. Em 1998 a Venezuela estava em uma situação crítica e o povo desacreditado pelos políticos que estavam no poder, poucos investimentos na área social deixaram margem para líderes populistas. Mas seis anos de contato com a imprensa lhe renderam uma cobertura especial a sua campanha de 1998.

Assim Chavez ganhou as eleições e começou a “administração bolivariana”, seu maior objetivo, estatizar as empresas, centralizar o poder em suas mãos e implantar o socialismo do século XXI. Todos os domingos ele apresenta um programa na TV estatal, fala sobre sua infância, sua vida, seus objetivos, sua administração, sobre o socialismo e crítica o capitalismo e seu inimigo maior, George Bush. Hoje é um inimigo de quase todos os meios de comunicação de seu país, quase todos os jornais, TVs e rádios que o apoiaram em 1998, defenderam o golpe contra seu governo em 2002, desde essa época viraram seus inimigos. Quem continuou criticando Chavez foi a RCTV, Rede Caracas de Televisão que teve sua concessão de 20 anos encerrada em 2007 e não mais renovada pelo líder venezuelano.

Chavez é um grande estrategista, soube usar melhor do que ninguém, dos meios de comunicação para sua ascensão ao poder. Essas empresas hoje percebem o quanto amargo pode ser tomar determinadas decisões, apoiar tais grupos ou idéias, chocando-se com a lógica do bom jornalismo que prega a isenção, a cautela, a investigação. Os meios de comunicação que são formadores de opinião e são citados por muitos como o quarto poder, foram enganados por Chavez, o fortaleceram, o colocaram no poder e hoje são obrigados a veicular o que melhor agrada a ele.

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