sábado, 9 de maio de 2009

O Holocausto e o Conflito Árabe-Israelense

No final da segunda grande Guerra, três meses antes de Hitler se suicidar em seu bunker na Berlim tomada pelos soviéticos, no dia 27 de janeiro daquele ano terrível de 1945, soldados russos fizeram uma terrível descoberta. Chegaram a Auchwitz, na Polônia e encontraram um grande campo de extermínio e trabalhos forçados. A comunidade internacional ficou perplexa, com o decorrer daquele ano descobriram-se novos campos, Birkenau, também na Polônia, Bergen-Belsen na Baixa Saxônia, Buchenwald na Turíngia, Dachau na Baviéra e dezenas de outros mais. Esse dia é lembrado até hoje como o Dia Internacional de Lembrança do Holocausto. A comunidade judaica relembra as atrocidades cometidas pelos nazistas, não só contra seu povo, também contra homossexuais, ciganos, minorias étnicas, todos que pensavam contra o regime de opressão de Adolf Hitler.

Milhões de judeus sem pátria, mortos, com seus bens desapropriados, espalhados pelo mundo em condições precárias. Uma forma da comunidade internacional se “retratar” por tanto descaso (afinal foram séculos de perseguições, sobretudo na Europa) foi à criação do Estado de Israel em 1947 pela ONU. O problema foi à ocupação das terras dos palestinos, vilarejos foram invadidos, propriedades desapropriadas, vilas destruídas, povoados construídos e habitados por séculos pelos árabes sumiram do mapa. Hoje 80% dos árabes ainda vivem abaixo da linha da pobreza. A partir de 1947, os judeus, o povo oprimido, se tornava o povo opressor.

Basta analisarmos dos dados para maiores constatações, em 2006 os libaneses seqüestraram e mataram um soldado israelense, os judeus revidaram bombardeando o Líbano e matando mais de mil pessoas em poucos dias. Usaram a máxima do general e escritor alemão Carl von Clausewitz (1780-1830), autor de Von Kriege (da Guerra), o objetivo era por meio da força física, submeter o outro a sua vontade, abater o adversário a fim de torná-lo incapaz de qualquer resistência. Von Clausewitz deixou seus escritos para a posteridade no começo do século XIX quando a Europa era um campo instável e ainda passaria por muitas guerras e conflitos. Uma época em que não se praticava muito a diplomacia.

Os árabes e judeus são radicais, basta ver o último conflito, mais uma vez apresentando somente dados, os palestinos mataram 13 judeus e durante dias jogaram mísseis sobre Israel, não querendo dialogo e não abrindo espaço para isso, Israel revidou atingindo “apenas” alvos militares e “simpatizantes e partidários” do Hamas, resultado: 1,3 mil palestinos mortos e mais de 5,5 mil feridos, quase um terço destes eram crianças. Israel foi mais além, proibiu a entrada de muitos jornalistas, bombardeou a sede da ONU, uma escola, os locais onde estavam guardados os mantimentos para refugiados. Para muitos analistas internacionais a tendência em um conflito resolvido com armas é só aumentar ainda mais a xenofobia e o ódio entre as partes.

Em pesquisa encomendada pela TV israelense e publicada pela BBC, cerca de 80% dos israelenses aprovaram os bombardeios sobre a faixa de Gaza e 84% apoiaram a cobertura da mídia focada em números militares, informações do governo e não em imagens das vítimas, dos lares destruídos e das famílias separadas. Segundo palavras de Lev Grinberg, professor de Sociologia Politica e diretor do Instituto Humphrey de Pesquisas Sociais em Israel, "A reação do publico à ofensiva em Gaza demonstrou uma grave deterioração moral da sociedade israelense”.

Ano passado, a primeira ministra alemã, Angela Merkel, em um discurso na sede do parlamento europeu em Estrasburgo, França, falou sobre a Europa de seus pais, avós e gerações anteriores. Envolvida em guerras que não levaram a nada e a Europa de hoje, unida e sem preconceitos (comparado com outras épocas), sem o nacionalismo exacerbado e sem a presença tão forte da religião na vida de todos. O que serve de grande exemplo para países que ainda hoje estão em conflito. O memorial do Holocausto inaugurado em Berlim em 2005 e os campos de concentração ainda preservados na Europa devem servir de exemplo para os povos e, sobretudo ao povo judeu para que modere suas ações militares sobre seus vizinhos.

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