sábado, 9 de maio de 2009

EXPECTATIVAS REFERENTES A OBAMA

EXPECTATIVAS REFERENTES A OBAMA

Texto que escrevi no começo do ano...

O ano de 2008 é um ano histórico para os Estados Unidos. Pela primeira vez o homem mais poderoso do mundo é um negro. Barack Hussein Obama. Filho de um queniano e de uma norte-americana é o primeiro a quebrar a regra de eleger sempre um branco anglo-saxão de origem alemã, inglesa ou até mesmo judaica. Sobrenomes tradicionais na história norte-americana, alguns descendentes de poderosas famílias que controlaram a economia, Adams, Johnson, Ford, pela primeira vez um nome desconhecido, de um descendente de quenianos, o senador Obama, de Ilinois.

Interessante que em um país comandado em sua maioria por brancos, onde o negro ainda é discriminado, todos serão liderados por um negro e também graças a maioria branca que Obama foi eleito, os negros e hispânicos embora sendo maioria nos estados do sul, não são a maioria étnica norte-americana. É uma evolução e tanto para os Estados Unidos. Quando Obama nasceu em 1961 os negros não podiam votar nem ser votados. Muitos votaram nele pela sua cor, por se identificaram com ele por serem negros, mas a maioria votou por suas idéias.

Obama sempre foi contrário as guerras no Afeganistão e no Iraque e prometia tirar gradativamente as tropas norte-americanas desses dois países. Essas duas guerras foram um desastre, altos custos para o governo norte-americano, a derrubada da ditadura de Hussein abriu margem para a guerra civil pela qual passa o país desde 2003, e a imagem norte-americana frente ao mundo está muito desgastada. O governo Bush enfrenta sua menor aprovação desde o começo do mandato em 2001. Fora a crise financeira e a recessão que promete ser ainda mais forte.

A maior esperança dos norte-americanos com certeza é em relação à economia. John McCain mais criticava o adversário e representava o continuísmo do governo Bush, que dialogava sobre as propostas para os Estados Unidos saírem desse abismo econômico. Os democratas, partido o qual Obama representa, conseguiu não só a presidência dos Estados Unidos quanto à maioria das cadeiras no congresso norte-americano. Sua vitória foi comemorada nos quatro cantos do mundo, jornais dos mais variados países estampavam suas fotos em suas capas, da Austrália ao Quênia, da Argentina a Israel, da Croácia ao Japão, da Índia a Grécia. Obama virou símbolo da paz na Palestina, símbolo afro na França, símbolo da mudança pelos cinco continentes.

Segundo pesquisas da BBC, realizada em mais de vinte países, descobriu que de cada cinco estrangeiros, quatro torciam pela vitória de Obama. Ele discursou em Berlim para mais de 200.000 alemães, sua vitória foi festejada na Alemanha e na França. Foi até comparado ao líder brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva. Embora são muitas as diferenças entre esses líderes, Obama é formado em Harvard, disputava pela primeira vez a presidência de seu país, já escreveu dois livros, um dos quais sobre suas memórias e é um brilhante orador.

São muitas as expectativas sobre o comandante da maior nação do planeta. Acabar com guerras pelo planeta, acabar com a crise, lutar pela paz mundial, pelo meio ambiente, seus discursos voltados para a negociação e a diplomacia indicam que teremos progressos em relação a esses temas, mas gradativamente e não é um presidente ou um grupo que em quatro anos conseguirá resolver questões mundiais dessa amplitude.

Em seu discurso logo após o resultado das eleições de quatro de novembro, em Chicago, Obama citou a votação recorde, as filas que cercavam as escolas, igrejas, as pessoas que esperavam duas, três horas para votarem. Parabenizou seu oponente McCain e citou: “Podemos comemorar nessa noite, mas entendemos que os desafios virão amanhã serão os maiores de nossos tempos, duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira do século”. “Há mães e pais que ficam acordados depois de os filhos terem dormido se perguntando como irão pagar suas hipotecas ou o médico ou poupar o suficiente para pagas a universidade de seus filhos”. “O caminho será longo. Nossa subida será íngreme. Nós talvez não cheguemos lá em um ano ou mesmo em um mandato. Mas América, nunca estive mais esperançoso de que chegaremos lá” a confiança em Obama e sua equipe foi depositada, o jeito é esperar para ver.

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