quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Os 20 Anos da Queda do Muro de Berlim

Por Felipe Kuhn Braun

Na última segunda, dia 9 de novembro completou 20 anos da queda do Muro de Berlim. No final da segunda grande guerra, enquanto Hitler chegava à conclusão que aqueles eram os últimos momentos do terceiro Reich e que teria que pôr fim a sua vida para não ser capturado, os soviéticos tomavam Berlim de ponta a ponta sob os comandos do ditador Stalin. Mas a guerra na foi vencida somente por Stalin. Após a derrota da Alemanha, os países vencedores impuseram aos alemães pesadas sanções. A Alemanha foi ocupada, separada e administrada por estrangeiros que a dividiram em quatros regiões administrativas.

Berlim também foi dividida e ocupada pelos americanos, ingleses e franceses na parte
ocidental e por russos na parte oriental. Acontece que Berlim situa-se dentro de uma província (Brandenburgo) que na época era totalmente controlada pelos soviéticos. A única forma de Berlim Ocidental ser provida de mantimentos era por pontes aéreas e terrestres que passavam dentro do território russo. Em 1948 Stalin bloqueou todas as pontes terrestres acreditando que assim os americanos e aliados não poderiam mais prover Berlim Ocidental, abandonando-a aos russos. Para o historiador John Lewis Gaddis, autor do livro Guerra Fria, “Stalin acreditava que o custo da guerra em vidas e bens deveria ditar após a guerra quem ficava com que. A Alemanha ele puniu com ocupação militar, expropriação de bens, pagamento de indenizações e transformação ideológica”.

Assim para manter Berlim Ocidental sobre controle dos capitalistas, os americanos tiveram que reforçar sua ponte aérea para auxiliar todos os berlinenses ocidentais, cerca de dois milhões. Todo o abastecimento tinha que ser aere. Anos mais tarde os russos bloqueariam totalmente Berlim ocidental com a construção do famoso Muro de Berlim em 1961. O muro foi construído, pois, os russos tinham dificuldades em conter tantas pessoas e famílias migrando para o lado ocidental capitalista. O muro não dividiu somente duas regiões administradas políticas e ideologicamente por povos culturalmente distintos. Separou famílias, sonhos, histórias de vida. Foi uma época difícil para os alemães, principalmente para os berlinenses.

O muro foi o símbolo da bipolarização, apenas duas grandes nações detinham o grande
controle, os Estados Unidos e a Rússia que liderava a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Essa época foi conhecida como Guerra Fria, quando esses dois países no comando lutaram pelo poder econômico, cultural e militar, gerando a corrida armamentista. Nessa época cada nação tentava investir mais que sua oponente em armas químicas, biológicas e nucleares, gerando tensões que poderiam ocasionar uma terceira guerra mundial, como a crise dos mísseis em 1963, a Guerra da Coréia, a Guerra de Suez e, por último, a Guerra do Vietnã.

O investimento em armas e na corrida espacial foi tão grande que na década de 1980 a URSS andava claudicante, dando sinais que seu fim estava próximo. A burocracia, a crise econômica mundial, a perda da produção agrícola com o desastre nuclear de Chernobyl, tudo indicava que o Estado socialista, idealizado por Lênin, dirigido por ditadores como Stalin, simbolizado pela foice e o martelo chegava ao seu fim. A queda do Muro de Berlim simbolizou o esfacelamento de um modelo ineficaz para a sociedade atual, o fim de ditaduras cruéis na Europa Oriental e na Ásia e o começo de uma democracia nesses países. Também representou a união de uma Alemanha dividida por mais de quarenta anos.

A queda do muro foi um símbolo e deve ser comemorada. Porém não podemos esquecer que
um dos maiores benefícios da democracia, a liberdade e o direito a informação ainda é
ameaçada na Alemanha democrata por neonazistas de um lado que teimam em não reconhecer os erros cruéis cometidos no passado e em repetir preconceitos e estereótipos inaceitáveis. Pelo governo que, usando a desculpa de zelar pela proteção de seus cidadãos, violou escutas telefônicas em anos anteriores de repórteres que cobriam as guerras no Iraque e no Afeganistão e pela Central Judaica que tem sua sede na Alemanha e que coordena tudo que é divulgado na mídia alemã sobre o Holocausto e o Estado de Israel dando permissão apenas para as notícias que lhe são favoráveis.

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